Paulo Cafôfo fez esta observação na Assembleia Legislativa durante o primeiro debate mensal desta legislatura subordinado ao tema "Economia".
O deputado socialista apelou ao presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, a "sair da folha de "excell" e a enfrentar a "realidade" que, salientou, "está a divergir do desenvolvimento do país", lembrando que o "crescimento económico", reiterado pelo executivo, "não dá resposta às 81 mil pessoas em risco de pobreza", nem ao crescimento de desemprego comparativamente ao país (6,9% contra 6,1%).
Paulo Cafôfo falou ainda do aumento da Ação Escolar, que considerou ser a expressão "do aumento das desigualdades sociais", da falta de mitigação da ultraperiferia da região, da insuficiência de qualificações da população, dos níveis elevados de tributação, da demografia e da dependência com o exterior.
Na sua opinião, Secretaria Regional da Economia "está esvaziada de competências" e lamentou que a Secretaria do Mar não seja um dos motores do desenvolvimento regional.
"É preciso uma estratégia para a região, o Governo Regional gere a conjuntura como se a região fosse um condomínio", declarou.
Por sua vez, o líder parlamentar do PS, Miguel Iglesias, chamou a atenção para o "despovoamento contínuo" da região e a saída de jovens para o estrangeiro e continente, porque a região "não é capaz de os absorver".
Já o presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Jaime Filipe Ramos, disse que o Governo Regional apenas reconhece os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), reafirmando que a Madeira é a região que "mais cresce no país, que mais baixou a taxa de desemprego e que mais impostos baixou".
Carlos Rodrigues, do PSD, complementou, por seu lado, que a taxa de risco de pobreza na Madeira é de 27,8% e que nos Açores é de 30,2% e nas Canárias 32,1%, que a taxa de desemprego na Madeira é de 6,9% e que nos Açores é de 7,1% e nas Canárias 21,2%, acabando por dizer: "quando quiserem utilizar os números, usem com inteligência".
Lopes da Fonseca, presidente do Grupo Parlamentar do CDS, partido que faz parte do governo de coligação juntamente com o PSD, referiu que o Governo Regional "está no bom caminho", chamando a atenção que o executivo tem apenas dois meses de governação e que as medidas ainda não podem ser tomada porque o Orçamento Regional só vai ser apresentado em janeiro.
Élvio Sousa, líder do Grupo Parlamentar do JPP, acusou o Governo Regional de estar "a engordar" o executivo com mais duas secretarias e direções regionais escusando-se, no entanto, a pagar um complemento de pensão de 50 euros aos pensionistas e reformados.
Criticou ainda o presidente do Governo Regional por, na sua opinião, ser cúmplice com o primeiro-ministro no retardar da entrada em vigor do subsidio social de mobilidade (86 e 65 euros) nas viagens aéreas ao manifestar-se de acordo com a criação de mais um grupo de trabalho.
"O Governo Regional está a prorrogar este problema ao corroborar na criação de mais um grupo de trabalho", disse.
O deputado do PCP, Ricardo Lume, voltou a insistir que a Madeira, apesar de estar a crescer há 74 meses, é a região onde "o salário médio é inferior em 110 euros do que a média nacional".
C/Lusa