“Não estranhem que, daqui para a frente, nesta reta final, os secretários tenham uma presença mais assídua no parlamento”, afirmou o líder da bancada socialista madeirense numa conferência de imprensa no Funchal.
Victor Freitas explicou que os deputados do PS no parlamento regional pretendem convocar os diferentes secretários do executivo madeirense para discutir, “área a área, a sua ação ou inação em relação àquilo que são os compromissos assumidos” com a população.
O deputado salientou que esta ação se enquadra nos deveres de fiscalização da atividade do Governo Regional, adiantando ser necessário “aferir o cumprimento ou não das promessas”, “ter o retrato o mais fiel possível da situação e dos indicadores da Madeira” e o “PS preparar os seus Estados Gerais e programa de governo”.
O parlamentar socialista insular indicou que os primeiros elementos do governo regional que o grupo parlamentar pretende ouvir são os titulares das pastas da Inclusão e Assuntos Sociais e da Saúde, Rita Andrade e Pedro Ramos, respetivamente.
"Passaram-se três anos de Governo [PSD na Madeira] e o PS, através do seu grupo parlamentar, inicia um balanço da atividade governativa, quando se caminha a passos largos para o fim da legislatura”, sublinhou.
Victor Freitas insistiu que “falta pouco mais de um ano para as eleições e é necessário ir fazendo a fiscalização da atividade do governo na Assembleia [Legislativa da Madeira]”.
Falou sobre as promessas não cumpridas do governo social-democrata insular, liderado por Miguel Albuquerque, dando como exemplo a situação do cheque cirurgia que ainda não está implementado, as listas de espera, a questão da ligação marítima com um ferry entre a Madeira e o continente português, entre outras.
O deputado socialista pretende fomentar também com estes governantes a abordagem das questões relativas à terceira idade, visto que “a pirâmide etária está a inverter-se e este será um problema de futuro cada vez maior”, salientando o problema da falta de lares para a população mais idosa neste arquipélago.
Segundo o líder parlamentar do PS, existem na região autónoma 30 lares de terceira idade e uma capacidade máxima de camas para 1.366 idosos.
Recordando que quando o atual governo regional tomou posse existiam 694 idosos em lista de espera para lares, o deputado considerou “incompreensível” que não se tenha lançado nenhum novo lar na Região Autónoma da Madeira no decorrer deste mandato.
Outro aspeto que realçou foi o problema das 600 altas problemáticas contabilizadas na Madeira que têm um custo anual estimado de 40 milhões de euros.
Quando questionado sobre um eventual cenário de eleições regionais antecipadas, Victor Freitas criticou o atual governo insular de tentar “criar um clima anti-Lisboa para repetir uma estratégia que foi utilizada no passado”.
“Só que essa estratégia que deu frutos no passado, hoje, não resulta”, opinou, argumentando que “a Madeira mudou completamente” e o executivo madeirense do PSD “não tem razão de queixa nenhuma em relação ao governo do PS”.
No seu entender, “o presidente do Governo [Regional] desde o início do mandato se sentiu estafado com as funções que ocupa”.
Complementou que Miguel Albuquerque “nunca teve pachorra nem vontade de estar ao lado dos madeirenses e, agora, nesta reta final do mandato, anda a correr para um lado e para o outro com um fastio estampado na cara”.
“já perceberam que o doutor Miguel Albuquerque não está à vontade nem quer estar à frente dos destinos da Madeira”, concluiu.
LUSA