Miguel Albuquerque venceu as eleições internas no PSD/Madeira e tomou posse como chefe do executivo da Madeira a 20 de abril de 2015, sucedendo a Alberto João Jardim, que desempenhou o cargo durante 37 anos.
Ao fazer um balanço à atuação do atual governo, o governante destacou os objetivos atingidos em "áreas decisivas" e "fundamentais" como "a consolidação e credibilidade nas finanças públicas; a recuperação da economia; a baixa do desemprego, o aumento da empregabilidade e os efeitos multiplicadores da economia" da sociedade madeirense.
O responsável salientou que a consolidação das finanças permitiram que a região tenha hoje uma "ratio de dívida pública relativamente ao PIB inferior à nacional" e "credibilidade, conseguindo financiar-se nos mercados".
Também apontou ter sido possível fazer a conversão de toda a dívida comercial, a redução da dívida pública, baixar o IRS em 12,5 milhões de euros, que beneficia 104 mil famílias, e repor o subsídio de insularidade no valor de 4,5 milhões de euros.
O governante destacou que se regista "a recuperação da economia", indicando que, em 2016, o setor do turismo "teve o seu melhor ano de sempre", uma situação que se estende a outros setores (imobiliária, venda de automóveis), com realce para o desempenho do Centro Internacional de Negócios e o Registo Internacional de Navios.
Albuquerque menciona igualmente a "descida da taxa de desemprego" e salienta que o governo insular tem "trabalhado muito e de forma significativa na diversificação da economia regional, que se tem acentuado sobretudo a nível das empresas tecnológicas".
"Mas há sempre coisas que não correm como pensávamos", sublinha o chefe do executivo do arquipélago, exemplificando com o compromisso da ligação marítima entre a Madeira e o território continental.
O governante explicou que foi feita uma consulta aos armadores e que a "operação só por si do ferry não é rentável sem o apoio do Estado", sendo um processo que está a ser discutido "porque é preciso abrir o concurso e é preciso autorização de Bruxelas".
Para Miguel Albuquerque, outro processo complicado foi o relacionado com o financiamento da construção do novo hospital, uma situação que, afirmou, ficou ultrapassada durante a última visita do primeiro-ministro, António Costa, à região, no final de março, durante a qual ficou acertado que o Estado vai comparticipar metade dos custos, incluindo os da construção e aquisição dos equipamentos.
O governante adiantou que o projeto desta unidade hospitalar estará "pronto até outubro" e que está prevista "uma reunião em maio entre o ministro e o secretário da Saúde (da região) para agendarem já o processo, para depois de ultimado poder ser lançado o concurso".
O responsável do governo do arquipélago também considerou que ficou desmistificada a questão do subsídio de mobilidade nas viagens aéreas e respetivos custos, depois de o presidente da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) ter dito numa comissão na Assembleia da República "que o preço médio das viagens (para residentes e estudantes da Madeira) foi 268 euros e não 400, tendo apenas 2% na altura de pico" atingido esse teto máximo.
Contudo, Albuquerque reforçou que decorrem "negociações com o Governo da República" para alterar a situação no sentido de as pessoas não terem de adiantar os custos das deslocações aéreas, entre outros aspetos.
Falando sobre as suas "preocupações para os próximos dois anos", enunciou que são "manter as finanças públicas saudáveis, continuar a diminuição dos impostos para madeirenses e manter a economia a crescer".
O presidente do Governo Regional da Madeira defendeu que a Madeira "tem grandes possibilidades de crescer", apostando na internacionalização da economia, criando condições de atratividade para o investimento "utilizando o Centro Internacional de Negócios" e aproveitando as suas vantagens, nomeadamente "a concretização da política do mar".
"É também nesta área de formação, ciência, robótica, computação que eu vislumbro que a Madeira pode ultrapassar as suas desvantagens estruturais e se pode afirmar como uma centralidade em algumas áreas como na área tecnologia", concluiu.
LUSA