"Não fiquei surpreendido, porque esse serviço público já não é prestado há bastante tempo", afirmou Miguel Albuquerque, a propósito da audição ao presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, na quinta-feira (13 de setembro), na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas.
Antonoaldo Neves disse aos deputados que "a TAP não opera na modalidade de serviço público" e recusou que a companhia discrimine a Madeira, realçando que as acusações podem ser contrariadas com factos, como o acréscimo de 11,7% no transporte de passageiros até agosto, numa comparação homóloga, para mais de 615 mil passageiros.
O responsável vincou, por outro lado, que entre janeiro e agosto 78% das viagens entre Lisboa e Funchal custaram menos 195 euros.
"Eu volto a dizer o seguinte: o problema é do Estado e do Governo. O Governo tem de intervir e tem de fazer valer o seu peso no capital social [da TAP], porque se só tem 50% do capital social para cobrir os prejuízos eventuais, isso então é uma anedota ao nível nacional", disse Miguel Albuquerque, à margem da inauguração de um posto florestal, no concelho de Santa Cruz, zona leste da ilha da Madeira.
O chefe do executivo realçou que o "senhor que está à frente da TAP" tem uma "vocação para dizer coisas descabidas", sublinhando que as autoridades regionais já perceberam que da parte daquela empresa "não há obrigação nenhuma para com a Madeira", atendendo à forma com tem atuado nos últimos meses, sobretudo ao nível dos preços e do cancelamento de voos.
"Andam a gozar com os madeirenses", disse Miguel Albuquerque, reafirmando que os preços praticados pela companhia aérea são "perfeitamente pornográficos".
O governante salientou que a TAP não pode ter uma política comercial no sentido de "extorquir dinheiro" aos madeirenses e lembrou que o Estado detém a maioria do capital social da empresa.
"A não ser que esta questão seja uma forma encapotada de o Estado e os contribuintes estarem a injetar dinheiro na companhia aérea", alertou.
LUSA