“O desenvolvimento do nosso país, nas ultimas décadas, não é indissociável da integração europeia nem da aplicação de fundos comunitários. O nosso país deu muitos passos, ao longo dos anos, para superar défices históricos que, a dado momento, pareciam inultrapassáveis nas qualificações, nos nossos desequilíbrios externos, no nosso emprego, e nas nossas desigualdades”, afirmou Mariana Vieira da Silva.
A ministra falava hoje no Fundão, distrito de Castelo Branco, no âmbito da cerimónia de assinatura, entre o Governo português e a Comissão Europeia, do acordo de parceria para a execução do Portugal 2030, quadro comunitário em que o país terá acesso a 23 mil milhões de euros de fundos até 2029.
“Estamos muito conscientes dos desafios, que já eram grandes e são hoje ainda maiores, dado o momento que vivemos. Mas, a verdade é que período após período, Portugal tem sido capaz de executar bem e de ter impactos dessa execução. Essa boa utilização dos fundos comunitários é também comprovada com o quadro PT 2020”, sustentou.
Na perspetiva de Mariana Vieira da Silva o caminho feito pelo país “é a primeira razão para estarmos confiantes” neste novo ciclo de financiamento e nas oportunidades que ele irá trazer a Portugal.
“O governo aprovou a estratégia Portugal 2030 e é com base nesse caminho que temos definido as politicas e é também com base nesse caminho que se integra este PT2030”, sublinhou.
A governante salientou que os objetivos eram simples: “Ter um Portugal mais inovador, mais assente no conhecimento, mais digital, mais competitivo, mais empreendedor. Ser um país mais verde, que cumpra o Acordo de Paris, investir nas energias renováveis e na luta e no combate contra às alterações climáticas. Um país mais conectado, com redes de transportes estratégicas e sustentáveis, mas também com ligações e com o 5G”, disse.
Realçou ainda objetivos como ter um país mais social e a cumprir o pilar europeu dos direitos sociais, com emprego de qualidade, com mais inclusão social, com mais igualdade e mais próximo dos cidadãos.
Mariana Vieira da Silva salientou que um dos principais objetivos da política de coesão é o “importante papel que os fundos tem desempenhado ao serviço da coesão do nosso território”.
“Também aqui a avaliação do impacto macro económico do quadro que encerramos nos dá a informação. 80% dos ganhos nacionais no PIB estão concentrados nas regiões menos desenvolvidas, no Norte, Centro, Alentejo e nos Açores. Nos Açores é mais de duas vezes o ganho médio que o PIB nacional teve. E, no Alentejo é quase duas vezes o ganho médio que o PIB nacional teve”, sustentou.
A ministra frisou que esta é uma ambição que surge renovada no PT2030 e também na restante politica deste governo
“Um país mais justo terá que ser forçosamente um país com menos assimetrias regionais”, concluiu.