“O consumo de informação tem vindo a aumentar, mas tem também, ao mesmo tempo, vindo a deslocar-se dos media tradicionais, jornais, rádios e televisões, para as plataformas de consumo de informação por via digital”, assinalou Poiares Maduro, em declarações à Lusa, em Lisboa, à margem de uma sessão que decorreu na sede da agência noticiosa.
O ex-ministro do governo de Passos Coelho e professor universitário considerou não ser viável voltar “a pôr o génio dentro da garrafa”, ou seja, que as pessoas consumam informação apenas dos media tradicionais.
Contudo, referiu ser importante trazer os critérios do jornalismo, nomeadamente deontológicos, mas também a edição de informação, para as redes sociais.
Questionado sobre o limite de questões que tem sido imposto, pelo executivo de Luís Montenegro, aos jornalistas nas conferências de imprensa, Poiares Maduro disse que os políticos não devem discriminar consoante a sua preferência por determinado órgão de comunicação social.
Ainda assim, ressalvou que as conferências de imprensa não podem durar um tempo infinito e que, por isso, é impossível responder a todas as perguntas.
“No meu ponto de vista, esse limite não deve ser do número de perguntas, mas sim um limite temporal razoável. Dentro desse limite, deve-se ir rodando os órgãos de comunicação social para demonstrar que o Governo, o líder da oposição ou quem quer que seja, não está a favorecer certos órgãos de comunicação social em relação a outros. Parece-me que isto é o fundamental”, rematou.
Miguel Poiares Maduro foi um dos oradores que marcou presença numa sessão que abordou temas como a comunicação, as redes sociais e a política, organizada pela Agência Lusa no âmbito do programa de formação do Parlamento Europeu para jovens jornalistas.
Lusa