“Este pedido de ajuda ao líder da oposição, Rui Rio, é caricato, porque quando eram Governo na República, com o seu amigo e [então] primeiro-ministro Passos Coelho, não conseguiram” resolver os assuntos pendentes, como o financiamento do novo hospital, dizem os deputados socialistas num comunicado distribuído hoje.
No documento, o grupo do PS na Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) comenta as declarações do chefe do executivo da Madeira relacionadas com a reunião que manteve terça-feira com o líder do PSD nacional, Rui Rio, após a qual afirmou que solicitou que o partido faça “pressão” para solucionar as questões pendentes entre a região e o Governo da República.
O PS/Madeira considera que “Miguel Albuquerque está a fazer dos ataques ao Governo do PS uma estratégia política de vitimização e de criação de falsos inimigos externos, instrumentalizando o cargo de presidente do Governo [regional] com objetivos político-partidários”.
Também afirma que a "estratégia colocada em marcha pelo líder do PSD/Madeira foi utilizada pelo atual presidente do governo [madeirense] no passado, em conluio com o então primeiro-ministro, Passos Coelho, em que aplicaram à Madeira uma dose brutal de austeridade”.
Complementam que esta atitude teve um “objetivo político claro: afastar Alberto João Jardim da liderança do PSD/Madeira e, posteriormente, do Governo [Regional]”.
Na opinião dos parlamentares socialistas insulares “está a tornar-se um hábito acusar os outros de atitudes que Miguel Albuquerque aplicou no passado”.
No comunicado, censuram a “forma calorosa, amiga e cúmplice como tratou o anterior primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho], que colocou sobre os madeirenses a maior carga de austeridade de que há memória depois do 25 de Abril”, além da postura “pouco institucional e agressiva como trata agora um Governo do Partido Socialista que tem ajudado a Madeira”.
No entender do grupo parlamentar do PS regional, “estes ataques são uma farsa que revela a tragédia de um governo do PSD/Madeira que não está à altura dos desafios”, vincando que “basta constatar a incompetência com que tem tratado questões como a mobilidade e a saúde dos madeirenses”.
Por isso, reforçam ser “caricato” as afirmações de Albuquerque sobre o encontro com Rui Rio, porque com o chefe do Governo nacional [Passos Coelho] com quem mantinha uma relação de amizade não conseguiu “o cofinanciamento do hospital, como está hoje garantido pelo atual primeiro-ministro, e não conseguiram os dinheiros dos Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para a Madeira (17 milhões de euros anuais), como agora foram efetivados por um Governo do PS”.
Ainda sustentam que, nessa altura, “deixaram acumular dívidas dos subsetores da saúde, para agora apresentarem a conta a um Governo do PS, mas nunca a apresentaram a Passos Coelho”.
Quanto à questão da reivindicação da diminuição dos juros do empréstimo da dívida da Madeira, realçam que “foram impostos à região por Passos Coelho e mantidos após a chegada do novo PSD à presidência do Governo” da Madeira.
No comunicado recordam que, na sequência dos incêndios de 2016 na Madeira, a região “teve apoios do Governo do PS na República, mas quando ocorreram em 2012 foram negados pelo primeiro-ministro Passos Coelho”.
“Iremos continuar a desmascarar esta estratégia de criação de falsos inimigos externos e a instrumentalização do Governo como arma para esconder incompetências, factualmente comprovadas, do PSD no Governo da Madeira”, concluem os deputados socialistas madeirenses.
LUSA