A posição da Assembleia Nacional (parlamento) foi divulgada em comunicado e resulta de um acordo votado terça-feira, em que as eleições presidenciais são classificadas como "um espúrio ato com a única intenção de aparentar legitimidade a um regime opressor enquanto o povo sofre a pior crise da sua história".
"Quem se inscreveu, como candidato, para este simulacro de eleições, que se afaste do processo, para aumentar a pressão que enfraquece o regime e traduza o sentir do povo, que fervorosamente exige dos líderes o cumprimento sem reservas da Carta Magna (Constituição) e a defesa da mesma", lê-se no comunicado.
O parlamento apela ao povo que defenda a Constituição e à comunidade internacional que "aumente a pressão" contra o regime do Presidente Nicolás Maduro, para que se encontrem soluções para a crise humanitária no país e o restabelecimento da democracia na Venezuela.
As forças armadas são igualmente referidas no comunicado do parlamento, a quem recordam que estão comprometidas com o país e não com um indivíduo ou sensibilidade política e acrescentam que "validar uma fraude" eleitoral é violar a Constituição.
As eleições presidenciais venezuelanas contam atualmente com quatro candidatos: Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela, que concorre à reeleição para um novo mandato de seis anos, Henri Falcón, da Avançada Progressista (dissidente do chavismo), Javier Bertucci de El Cambio e Reinaldo Quinada de UPP89.
A oposição não apresentou candidato e dois outros, Francisco Visconti Osório e Luis Alejandro Ratti, não formalizaram a candidatura.
Na terça-feira, efetivos da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) impediram violentamente, pela sexta vez, os jornalistas que pretendiam aceder ao parlamento para fazer a cobertura do debate sobre as eleições presidenciais.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa, além das agressões, o comandante da GNB, Bladimir Ludo, tirou a câmara ao operador José Rivas, da estação de televisão Venevisión, atirando-a ao chão e que destruiu a pontapé.
O operador de imagem teve que receber tratamento médico devido aos ferimentos que sofreu na repressão policial.
LUSA