“Lamentamos que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não tenha tido a mesma preocupação quando a cor política que estava no Governo não era a sua. O país não pode estar a mando dos caprichos de Marcelo Rebelo de Sousa naquilo que diz respeito à sua simpatia política”, disse hoje a porta-voz do PAN na Maia, distrito do Porto.
Inês de Sousa Real acompanhou hoje uma ação de campanha do PAN para as eleições europeias de 09 de junho juntamente com o cabeça de lista do partido, Pedro Fidalgo Marques, em que visitaram duas associações de proteção de animais, no caso gatos (Casa do Tareco) e ouriços (CRIDO – Centro de Recuperação e Interpretação do Ouriço), na Maia.
A deputada única do PAN à Assembleia da República considera que “os partidos políticos não podem estar condicionados por aquela que é a opinião de Marcelo Rebelo de Sousa”, considerando que há uma pressão para a aprovação do OE2025 que “não só é exagerada como é despropositada”.
“Marcelo Rebelo de Sousa já conduziu o país para eleições duas vezes. Tem, neste momento, um Governo que é um Governo da sua cor política, atrevo-me até a dizer [que é feito] à sua medida. Portanto, nós não podemos ficar reféns daquilo que é a visão política de Marcelo Rebelo de Sousa para o país”, considerou.
O Presidente da Republica alertou na quarta-feira para a importância de garantir a viabilização do próximo Orçamento do Estado para manter o equilíbrio das contas públicas, apelando ao diálogo entre o Governo e a oposição.
“A viabilização do Orçamento implica diálogo. Quando não há maioria, todos têm que dialogar. Não é só aqueles que não estão no Governo. Quem está no Governo também tem a responsabilidade de dialogar”, disse o Presidente da República, à margem da sessão de encerramento da conferência “Millennium Talks COTEC Inovation Summit”, no Europarque, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.
Inês de Sousa Real defende que “o país tem de transitar para um modelo económico de economia verde” com garantias no acesso à habitação, sem “privatização do Serviço Nacional de Saúde”.
Segundo a responsável do PAN, é necessário garantir ainda que em matérias “em que tradicionalmente a direita e a extrema-direita deixam para trás, como são a proteção animal ou a proteção ambiental, ou até mesmo os direitos das mulheres e a não discriminação, não há retrocessos”.
“Nesse sentido, iremos olhar para esse orçamento não só com esse mesmo escrutínio, mas mais: Luís Montenegro [primeiro-ministro] não tem uma maioria absoluta e tem de ser dialogante, o que não tem acontecido”, acusou.
Lusa