Ao intervir no último debate sobre o estado da região do mandato do XII Governo Regional, o presidente do CDS-PP, Rui Barreto, disse no final do debate que a Madeira precisa de uma "mudança" e não de "uma mudança-miragem" porque, salientou, "a Madeira não pode continuar a ser adiada".
"A Madeira necessita de uma mudança séria e a sério e é essa mudança que o CDS se propõe fazer", declarou.
Para Rui Barreto, as ambições dos madeirenses a uma vida melhor e mais digna; a um melhor sistema de saúde; a uma economia mais aberta e competitiva; a maiores oportunidades de estudar ou de adquirir conhecimento "não podem ser adiadas".
Vítor Freitas, do PS, acusou o Governo Regional de centrar o debate do estado da região "não na defesa do seu Governo, mas no ataque ao Governo socialista na República e ao candidato socialista à presidência do Governo Regional, Paulo Cafôfo".
Para o deputado socialista, a estratégia do Governo de Miguel Albuquerque "é desviar as atenções para esconder a má governação da Madeira".
O deputado não inscrito (ex-PND) Gil Canha criticou que, durante os últimos quatro anos, a mudança de fazer política na Madeira não tenha mudado porque "o ambiente continua o mesmo, dando lugar a um novo ciclo de tubarões".
Roberto Almada, do BE, num discurso de despedida por não ser candidato nas próximas eleições legislativas regionais, lembrou que "as pessoas não sentem que vivem no cantinho do céu apregoado pelo Governo", e acusou o executivo de não resolver a pobreza que, segundo disse, "atinge tanta gente".
"O paraíso não passa de uma miragem", concluiu.
A deputada do PTP, Raquel Coelho, defendeu que a "sociedade precisa de uma profunda transformação", reconhecendo, contudo, que "enfrentar o sistema instalado é uma função hercúlea".
O líder parlamentar do JPP, Élvio Sousa, disse, por seu lado, que o Governo Regional deve agradecer às famílias e empresas porque "usar os impostos para engordar as receitas da região tem de ser reconhecido".
Sílvia Vasconcelos (PCP) considerou que esta legislatura foi "uma oportunidade perdida em algumas matérias", porque foi "mais do mesmo".
A contrariar a opinião dos partidos da oposição, o líder parlamentar do PSD, Jaime Filipe Ramos, sublinhou que o Governo Regional cumpriu as suas promessas e "mais não fez" devido à oposição do Governo da República.
Crescimento económico de 2,3%, redução do desemprego de 15,8% em 2015 para 7% em 2019; redução de impostos; mandato social com especial atenção no setor da Saúde, tendo o executivo investido neste mandato 2 mil milhões de euros, consolidação das contas públicas; redução da dívida pública regional e construção do novo hospital foram aspetos realçados por Jaime Filipe Ramos.
"Podemos e estamos preparados e disponíveis para governar os próximos quatro anos", concluiu.
C/Lusa