Estas declarações de Nicolás Maduro foram feitas ao canal francês France 24, que hoje divulgou uma entrevista ao político venezuelano a poucos dias da votação presidencial.
Na entrevista, Maduro falou da intensificação das críticas contra si e contra a sua gestão do país nos últimos anos, justificando que tais posições são provocadas pelo medo que alguns sentem perante a esperada vitória, segundo o próprio prevê, do partido no poder, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no próximo domingo.
O Presidente venezuelano, que assumiu o poder em 2013, disse que o objetivo no domingo é alcançar os 10 milhões de votos.
“É um objetivo histórico, uma dívida pendente", frisou Maduro, numa referência ao seu antecessor na Presidência venezuelana, Hugo Chávez (1999-2013), que não conseguiu atingir esta fasquia de votos.
Nicolás Maduro lançou ainda acusações aos países ocidentais, nomeadamente aos Estados Unidos e a França, que “tentam pressionar o país" para derrubar a revolução bolivariana.
Foi particularmente duro com os Estados Unidos e com o Presidente norte-americano, Donald Trump, a quem acusou de seguir “uma linha extremista” com a Venezuela: “Estamos a ser perseguidos pelo Ku Klux Klan [movimento de supremacia branca] de Washington".
Ainda em declarações ao canal France 24, o chefe de Estado venezuelano também dirigiu duras palavras ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, afirmando que o político está a “executar uma política neoliberal que está a destruir a França” e que “defende os interesses dos banqueiros e dos mais ricos”.
As pressões externas são "inaceitáveis", prosseguiu Maduro, assegurando que “a Venezuela tem um histórico democrático sem mácula”.
Negou ainda que a situação económica da Venezuela seja tão crítica como vários países sustentam, embora reconheça que existem “alguns problemas económicos” que “serão resolvidos".
E atribuiu os problemas económicos registados à guerra que o país trava “contra as forças económicas dos Estados Unidos" e “à oligarquia inconformada por ter perdido o poder político”.
A Venezuela, país que conta com uma importante comunidade portuguesa, atravessa uma grave crise económica que já obrigou centenas de milhares de habitantes a fugirem do país.
A União Europeia (UE), os Estados Unidos e uma grande parte da América Latina criticaram a decisão de Caracas de realizar a 20 de maio a eleição presidencial, normalmente organizada em dezembro, denunciando falta de transparência e de garantias de eleições livres.
A coligação da oposição venezuelana apelou ao boicote destas eleições.
LUSA