O Movimento Partido da Terra (MPT) na Madeira pediu hoje a recontagem dos votos de todas as freguesias do Funchal, considerando que o processo está "ferido de atentado à democracia".
Em comunicado divulgado na região, no dia em que decorrem as assembleias gerais de apuramento nos vários concelhos do arquipélago relativas às eleições autárquicas do passado domingo, o MPT considera que a contagem dos votos está a acontecer "à moda da Venezuela".
"Podemos considerar todo este processo eleitoral uma verdadeira trapalhada, onde foi possível fazer as maiores barbaridades inimagináveis", afirmam os responsáveis do Partido da Terra na Madeira.
Também escrevem no mesmo documento que, no Funchal, "neste momento, a recontagem está a ser feita apenas pelos votos nulos", sustentando que "por esta razão e pelas irregularidades detetadas" devem ser "recontados todos os votos de todas as freguesias".
"Mas o juiz não permitiu e, por isso, esse processo está ferido de atentado à democracia", considera o MPT.
Entre outros aspetos, apontam que "grande parte dos votos por correspondência não chegaram a ser abertos para serem contabilizados" e que o "seu destino é o caixote do lixo".
"Todos os cidadãos que votaram por correspondência foram enganados, sabendo-se que todo o processo é muito burocrático para conseguir exercer uma cidadania ativa e responsável", realçam.
Segundo o MPT, "havendo recontagem geral dos votos", o partido que concorreu integrado na coligação Nova Mudança (MPT, PPV/CDC) "teria outro resultado".
"Estamos convictos de que algumas freguesias teriam outros resultados", adiantam.
O MPT esclarece que este pedido de recontagem de votos "nada tem a ver com a eleição de um deputado municipal, porque o lugar já está garantido na Assembleia Municipal" do Funchal.
"Apenas sabemos é que se houvesse a recontagem geral dos votos, a possibilidade de eleger mais um deputado municipal era muito grande e, por isso, o nosso descontentamento por não haver outros partidos a nos acompanhar" nesta pretensão.
Nas eleições autárquicas que se realizaram no domingo, no concelho do Funchal, a coligação Nova Mudança obteve 4,03% dos votos, o que não permitiu eleger qualquer representante para a vereação, que é liderada por Paulo Cafôfo, do projeto Confiança (PS, BE, JPP, PDR e NC), que conquistou a maioria absoluta na Câmara com seis vereadores.
O PSD teve 32,05% e ficou com quatro lugares, enquanto o PCP-PEV, que ocupava um lugar no executivo camarário há 12 anos, não conseguiu qualquer mandato (3,62%).
Para a Assembleia Municipal, dos 33 mandatos, a coligação Nova Mudança garantiu apenas um lugar com 4,26% da votação no principal concelho da Madeira, o mesmo número de lugares que o PTP e o PCP.
Neste órgão autárquico, a coligação Confiança, que governa a Câmara com maioria, tem 15 representantes, o PSD 12 e o CDS três.
LUSA