Para o advogado não há atraso da ‘Relação’ pois durante esta ano os arguidos já responderam a questões suscitadas, para além do trabalho ter sido interrompido pelas férias da Páscoa e do Verão.
Paulo Sá e Cunha mostrou-se prudente, mas acredita que este processo vai seguir para a fase de instrução e depois de julgamento, pois existe informação suficiente, sendo claro que levará anos até a sua conclusão.
Recordando que as medidas de coação decretadas em 2024 – Termo de Identidade e Residência – não exigiam a apresentação perante um Juiz de Instrução e menos a detenção do político e empresários madeirenses, o advogado realçou, à luz do que se passou no último ano, a desproporcionalidade do pedido do MP, pois como recorda não houve perigo de fuga – as pessoas continuam a viver nas suas casas – e não fazia sentido proibir os arguidos de falarem uns com os outros, depois de terem estado detidos na mesma cela, ficando claro que não havia perturbação do inquérito.
Confrontado com a circunstância de Miguel Albuquerque ainda não ter sido ouvido um ano depois e se era a imunidade que o impedia, Paulo Sá e Cunha acha que o timing da audição é uma decisão discricionária do Ministério Público.
Apesar de não querer falar muito da vida pessoal e profissional de Pedro Calado, o advogado diz que é legítimo que o gestor e ex-político queira ver resolvida a sua situação e que as pessoas, como Pedro Calado, não podem estar demasiado tempo com as suas vidas suspensas, pois é legítimo que queiram retomar as suas carreiras profissionais.
O advogado, em entrevista ao Telejornal da RTP-Madeira, não admite a possibilidade da justiça ter uma agenda política, embora reconheça que essa é uma perceção que hoje se instalou depois dos últimos casos mediáticos.