“Para pôr fim [ao conflito], Kiev precisa de tomar uma decisão corajosa. Seria sensato tomar esta decisão em relação ao Donbass [que agrega a região de Donetsk] sem demora”, declarou aos jornalistas o conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov.
A retirada das tropas ucranianas dos cerca de 20% da região leste de Donetsk que ainda controlam é uma das principais exigências da Rússia para o fim da guerra iniciada em 2022.
No encontro hoje com o homólogo norte-americano, na residência de férias de Donald Trump em West Palm Beach, na Florida, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, procura a aprovação para uma nova versão do plano de paz para a Ucrânia, apresentado por Washington há quase um mês.
O Presidente ucraniano apresentou esta semana a nova versão do documento, reformulada após duras negociações exigidas por Kiev, que considerou a primeira versão muito próxima das exigências russas.
O novo documento abandona duas exigências fundamentais do Kremlin: a retirada das tropas ucranianas da região de Donetsk e um compromisso juridicamente vinculativo da Ucrânia de não aderir à NATO.
A Rússia rejeita uma simples pausa nas hostilidades, argumentando que iria permitir à Ucrânia rearmar-se.
Em vez disso, deseja trabalhar em prol de uma resolução definitiva das “causas profundas” do conflito, segundo Yuri Ushakov, que adiantou que a conversa telefónica entre Putin e Trump horas antes do encontro do Presidente norte-americano com o homólogo ucraniano decorreu “numa atmosfera amigável” e por iniciativa de Trump.
Putin e Trump concordaram em voltar a falar ao telefone após o encontro entre o Presidente norte-americano e Zelensky, adiantou o conselheiro diplomático do Kremlin, assinalando que “a Rússia e os Estados Unidos partilham a mesma opinião de que a proposta ucraniana e europeia de um cessar-fogo temporário (…) apenas prolongaria o conflito e levaria a um retomar das hostilidades”.
Lusa