“Não viram, não leram, não sabiam, não se aperceberam, a culpa há de ser da direita, a culpa há de ser do Passos, de vez em quando a culpa até há de ser do Cavaco”, afirmou Luís Montenegro, provocando risos e aplausos no Congresso do PSD.
Na sua segunda intervenção perante os congressistas, o líder social-democrata considerou que António Costa e os candidatos à sucessão no PS Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro – que não nomeou – foram “do núcleo duro disto tudo nos últimos oito anos”
“Podem vir agora uns com falinhas mais mansas, outros com megafone em punho, mas como diz o adágio popular são tudo farinha do mesmo saco”, acusou.
Montenegro antecipou que, na campanha, o PS vai querer aparecer como vítima da crise política, apesar de ser “a terceira vez que conduz Portugal a uma situação pantanosa”.
“As vítimas são os portugueses carregados de problemas na suas vidas quotidianas”, disse.
O primeiro-ministro apresentou a sua demissão em 7 de novembro, por causa de uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios do lítio e do hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça em que é visado. Perante essa decisão, que aceitou, o Presidente da República anunciou que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu adiar a demissão formal do Governo, que é feita por decreto, para permitir a aprovação final do Orçamento do Estado para 2023, marcada para 29 de novembro, e a sua entrada em vigor. Só nessa altura o executivo ficará limitado a atos de gestão.
Lusa