“A polícia combaterá sem tréguas [o tráfico de droga]. Não há territórios interditos para a autoridade democrática do Estado e, assim, continuará a ser”, disse José Luís Carneiro aos jornalistas, à margem das conferências da Sociedade Civil da RTP 2 a decorrer em Matosinhos, no distrito do Porto.
O ministro reagia desta forma à operação de combate ao tráfico de droga levada a cabo pela PSP na quinta-feira, no Porto, e que resultou na detenção de 15 pessoas e na apreensão de 11 quilos de droga (62 mil doses), 13 mil euros, viaturas, motociclos e armas.
Dizendo que estas operações de combate à criminalidade, nomeadamente ao tráfico de droga, têm de ocorrer e continuarão a ocorrer “sem tréguas”, o governante referiu que além desta vertente policial é, depois, necessário um trabalho mais estruturado de inclusão e de realização de projetos de vida para estas pessoas e suas famílias.
A dimensão policial é apenas uma das dimensões, havendo depois as dimensões da saúde pública, da inclusão e do acompanhamento social para se enfrentar o problema da toxicodependência, disse.
Já esta tarde, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, garantiu que a autarquia vai ser intolerante com os que vierem a ser condenados pelo crime de tráfico de droga, não permitindo que vivam em habitações municipais.
"Esperamos que os tribunais atuem de forma célere e há uma coisa que queria deixar aqui clara: todos aqueles que forem condenados por tráfico não podem viver em casas da Câmara Municipal do Porto", assegurou Rui Moreira, em reação a esta operação da PSP do Porto.
Questionado sobre estas mesmas declarações, José Luís Carneiro assumiu ter o maior respeito pela relação institucional que existe com a Câmara do Porto não querendo, por isso, pronunciar-se sobre esta posição do autarca portuense.
Apesar de não querer comentar, o ministro realçou que há um diálogo e um trabalho em curso com a Câmara Municipal do Porto no âmbito do tráfico de droga.
“Neste momento, há um trabalho já realizado com várias iniciativas que estão a ser acompanhadas pela secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, em articulação com o presidente da Câmara Municipal do Porto, com a Polícia Municipal e com os Serviços Sociais da Câmara Municipal porque há que realizar um diagnóstico muito exaustivo, nomeadamente sobre os toxicodependentes”, frisou.
Lusa