O presidente do Governo da Madeira disse hoje que tentou regressar à Madeira na sequência do acidente com um autocarro, no Caniço, que provocou 29 mortos, mas "foi impossível", vincando que acompanhou a operação de socorro "por telefone".
"Eu tentei regressar, mas foi impossível. Coordenei tudo por telefone e tinha conhecimento, hora a hora, no terreno o que se estava a passar", afirmou Miguel Albuquerque na sede dos Bombeiros Voluntários Madeirenses, no Funchal, onde decorreu uma cerimónia de entrega de apoios a sete corporações.
No dia do acidente, 17 de abril, o governante encontrava-se de férias no Dubai e, segundo explicou, foi "impossível regressar" porque "não havia voo".
"A operação de socorro correu muito bem, foi tudo muito bem coordenado, como aliás era expectável", disse, sublinhando que "um governo não pode depender de uma pessoa só".
O chefe do executivo realçou que o Serviço de Proteção Civil da Madeira e todo o socorro civil estão organizados em equipas e tudo correu de acordo com o que está estabelecido para situações de emergência.
"É preciso dizer que a primeira vítima entrou no Hospital [Central do Funchal] em menos de 30 minutos após o acidente", disse.
O governante realçou, por outro lado, que a sua "responsabilidade primeira" é governar no sentido de os cidadãos da Madeira e do Porto Santo e qualquer pessoa que visita o arquipélago saber que existem "serviços de socorro civil e hospitalares de primeira ordem e de excelência".
Miguel Albuquerque disse também que, na sequência do acidente, recebeu uma mensagem do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a manifestar "agradecimento a todas as forças de proteção e de socorro civil da Madeira pela forma eficaz, rápida e profissional como socorreram as vítimas daquela tragédia".
"Isto significa que hoje temos na Madeira profissionalismo, interação, coordenação e competência e isso é decisivo, porque este tipo de eventos não pode depender nem de uma pessoa nem de amadorismo", afirmou.
O desastre ocorrido no Caniço, concelho de Santa Cruz, com um autocarro de turismo provocou 29 mortos: 17 do sexo feminino e 12 do sexo masculino, todos de nacionalidade alemã.
Das 28 vítimas que deram entrada no Hospital Central do Funchal, 11 tiveram alta, uma faleceu e 16 ficaram internadas, das quais 13 foram já transferidas para a Alemanha.
Uma cidadã alemã, o motorista do autocarro e a guia turística, ambos de nacionalidade portuguesa, permanecem internados.
"Tenho de manifestar o meu regozijo sentido pela forma como o socorro civil e a Proteção Civil na Madeira, mais uma vez, demonstraram a sua capacidade operacional, o seu humanismo e a sua eficácia", disse Miguel Albuquerque, vincando que o seu profissionalismo está "ao nível de qualquer país europeu".
O Governo da Madeira formalizou hoje a entrega de 2,5 milhões de euros a sete associações humanitárias de bombeiros voluntários da região autónoma, o que corresponde a sete corporações, para cobrir despesas de funcionamento.
C/ LUSA