"Não estou nada preocupado", disse Miguel Albuquerque à margem da 34ª. edição da Festa da Castanha organizada pela Casa do Povo do Curral das Freiras.
"O meu ponto de vista é que a moção de censura é uma consequência não da ação do Governo mas da situação de ebulição que se vive dentro do PS", afirmou, numa alusão ao processo eleitoral em curso no partido que opõe o atual presidente, Carlos Pereira, e o autarca do Porto Moniz, Emanuel Câmara.
O XII Governo Regional enfrenta quinta-feira uma moção de censura apresentada pelo PS-M (cinco dos 47 deputados do parlamento madeirense) por aquilo que os deputados socialistas madeirenses classificam de "uma crise sem precedentes" na história moderna da Madeira, devido às sucessivas remodelações governamentais, de secretários e diretores regionais.
No requerimento da moção de censura, o grupo parlamentar do PS-M realça que "a recente remodelação governamental [ocorrida logo a seguir às eleições autárquicas de 01 de outubro] é a confirmação da falência do Governo Regional na execução do seu programa de Governo".
Para "parar com o desnorte governativo", o PS-M considera que isso "só é possível com a realização de novas e urgentes eleições regionais".
Esta é a segunda moção de censura que o atual executivo madeirense enfrenta, tendo a primeira, da autoria dos deputados do PCP, sido chumbada, a 15 de junho de 2016, 14 meses depois de o XII Governo Regional da Madeira ter sido empossado, a 20 de abril de 2015.
O executivo do antecessor de Miguel Albuquerque, Alberto João Jardim, enfrentou na Assembleia Legislativa da Madeira, sete moções de censura nos sucessivos mandatos, ao longo dos 37 anos em que esteve no poder, entre 17 de março de 1978 e 12 janeiro de 2015.
Para o debate da moção de censura na quinta-feira, o grupo parlamentar do PS na Assembleia da Madeira vai contar com o regresso do líder regional Carlos Pereira, que deixou o lugar no parlamento nacional.
LUSA