Respondendo aos deputados na assembleia da região no decorrer do debate mensal, com o tema “Prevenção de riscos naturais”, Miguel Albuquerque declarou que “no Orçamento Regional 2018 estão inscritos 1,2 milhões de euros” para suportar a utilização destes meios aéreos e que “está previsto que o concurso nacional termine até ao fim de maio”.
“O que está aprovado com o ministro é que um helicóptero e a equipa de sapadores aéreos estejam cá em junho”, afirmou o governante.
Contudo, alertou, o estudo efetuado sobre este assunto “não aponta que esta seja uma panaceia, mas um complemento de intervenção no início” da deteção dos incêndios.
Miguel Albuquerque acrescentou que “em determinadas condições de vento”, há dificuldades no recurso a meios aéreos, por isso “não é um milagre, nem vai resolver o problema” de forma total.
O líder insular também opinou que a Região Autónoma da Madeira está “indiscutivelmente mais bem preparada” para enfrentar catástrofes naturais, mas defendeu ser necessário um “investimento constante” na prevenção e, tendo em conta as alterações climáticas, “uma alocução contínua” de meios.
Por outro lado, disse, “a população também está mais formada para enfrentar os riscos”.
O governante realçou que a região tem planos de ordenamento florestal e de prevenção e vigilância aos incêndios, tendo procedido à limpeza de 150 quilómetros de caminhos florestais e outros 20 quilómetros de aceiros.
Decorre também a remoção das plantas invasoras, com a substituição por espécies endémicas, para prevenir os fogos.
Miguel Albuquerque salientou ainda o projeto em curso de reflorestação e criação de uma linha de corta-fogo envolvendo 460 hectares, tendo sido efetuada a limpeza de uma área de 350 hectares.
“Vamos criar entre 2018 e 2020 duas equipas florestais, estando uma a ser constituída”, referiu, destacando a importância de existirem seis torres de vigilância, o que “abarca 60% da área da Região Autónoma da Madeira”.
O responsável insular sublinhou que a região tem “os instrumentos, os planos necessários, mas precisa de tempo, porque este é um trabalho constante”.
Miguel Albuquerque criticou aquelas “câmaras que não investem no saneamento básico e redes de água porque são intervenções que não dão votos”.
Por seu turno, a secretária do Ambiente e Recursos Naturais, Susana Prada, assegurou que “a plantação de eucaliptos está legalmente proibida na Madeira” e que, entre 2018 e 2019, serão limpos cerca de 900 hectares de terrenos com meios próprios, com o apoio dos sapadores do Exército e do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODERAM). A estes somam-se 480 hectares da faixa corta-fogo que está a ser criada.
Susana Prada disse que já foi adjudicado há um mês, com um prazo de ano e meio, o plano que faz o cadastro dos terrenos e anunciou que o Plano de Ordenamento da Orla Costeira do Porto Santo vai estar pronto até final deste ano, enquanto o da Madeira deve ser adjudicado até ao fim de 2018.
C/ LUSA