Mais de 80% dos eleitores inscritos para o voto antecipado nas presidenciais votaram no domingo, segundo dados provisórios de 231 dos 308 municípios divulgados hoje pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
No total, estavam inscritos 246.880 eleitores para o voto antecipado que decorreu no domingo, uma semana antes das eleições para o Presidente da República.
Depois da experiência de 2019, nas europeias e legislativas, o voto antecipado em mobilidade alargou-se, das capitais do distrito para as sedes dos 308 concelhos, e o objetivo é simples: evitar grandes concentrações de pessoas devido à epidemia de covid-19 no país.
O dia de votação antecipada foi marcado por longas filas de pessoas para votar, em especial nas grandes cidades, o que originou várias críticas, como o PSD.
O vice-presidente social-democrata David Justino considerou haver "falhas injustificáveis" e "excesso de exposição ao contágio" durante o voto antecipado em mobilidade, criticando a maneira "amadora e desleixada" como o processo foi conduzido.
No domingo, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, votou no Barreiro, distrito de Setúbal, para as presidenciais de 24 de janeiro e considerou que o processo correu bem.
"Eu vejo entusiasmo naqueles quase 250 mil portugueses que se registaram para o voto antecipado, que manifestam uma alegria do voto semelhante à alegria do voto nas primeiras eleições democráticas. Significa que, em tempos muito difíceis, em tempos em que estamos todos concentrados no combate à pandemia, temos de afirmar também os valores da democracia", referiu.
Quem se inscreveu para o voto antecipado de domingo e não o fez, poderá votar no próximo domingo.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral termina em 22 de janeiro. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).