“Estamos numa batalha incansável”, sublinhou Nicolás Maduro, atacando aqueles que, tendo responsabilidades, “viram as costas ao povo”.
“Não darei descanso ao meu braço nem descanso à minha alma na luta contra a corrupção, contra os traidores, os indolentes, vamos atrás deles”, frisou o Presidente num discurso televisionado.
Maduro não fez alusão a nenhum caso específico, embora o seu discurso tenha ocorrido poucas horas depois de o Ministério Público ter confirmado a detenção de Tellechea por atacar “os mais altos interesses da nação” ao supostamente ceder um sistema de controlo da gigante estatal PDVSA, uma empresa que seria “controlada pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos”.
Tellechea, que ocupou a pasta do Petróleo até agosto passado, quando foi substituído pela vice-presidente Delcy Rodríguez, teria incorrido em irregularidades na entrega do Sistema Automatizado de Comando e Controle, descrito pelo Ministério Público como o autêntico “cérebro” da PDVSA.
Na passada sexta-feira, já tinha sido afastado do Ministério da Indústria e Produção Nacional, segundo a sua própria versão, demissão motivada por “problemas de saúde” que exigiam “atenção imediata”. Na despedida nas redes sociais, agradeceu a Maduro “pela compreensão e apoio” durante sua passagem pelo Executivo.
Segunda-feira, o Ministério Público da Venezuela anunciou a detenção de Pedro Tellechea.
“Após uma exaustiva investigação científica, foi detido Pedro Tellechea Ruiz, juntamente com os seus colaboradores mais próximos, pela prática de crimes graves que atentam contra os mais altos interesses da nação, […] incluindo a entrega do Sistema Automatizado de Controlo e Comando, conhecido como o cérebro da PDVSA, a uma empresa controlada pelos Serviços de Inteligência dos EUA, violando assim todos os mecanismos legais e a nossa soberania nacional”, explica o MP em um comunicado.
No documento, o MP adianta que “estas ações foram levadas a cabo no estrito cumprimento da lei, com a plena cooperação constitucional do Chefe de Estado, na luta permanente pela defesa da integridade institucional do país”.
Lusa