O terreno foi adquirido pela Empresa de Eletricidade da Madeira e doado ao Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, um organismo sob a tutela da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, chefiada por Susana Prada.
A governante explicou que a parcela tem 13 mil metros quadrados, mas a área total a ser intervencionada é de 420 hectares, estendendo-se ao longo do Caminho dos Pretos, entre o Terreiro da Luta e o Palheiro Ferreiro, numa zona alta do concelho frequentemente afetada por incêndios.
"Vamos abrir caminhos florestais em toda a área, vamos colocar um tanque com capacidade para 1.500 m3 de água, instalar uma conduta com bocas de incêndio ao longo do Caminho dos Pretos, vamos retirar os eucaliptos e as acácias e reflorestar toda a zona com plantas folhosas, que são pouco combustíveis", disse Susana Prada.
A primeira fase do projeto, que inclui a construção do tanque e a instalação da rede de bocas de incêndio, está avaliada em 1,8 milhões de euros e deverá ficar concluída dentro de dois anos.
A área a ser intervencionada pertence a mais de cem proprietários, sendo esta uma das maiores dificuldades do projeto.
"Seguindo o exemplo da Empresa de Eletricidade da Madeira, gostaríamos muito que outras empresas e outros interessados nos doassem terrenos, porque o propósito é proteger a cidade do Funchal", disse Susana Prada, vincando, no entanto, que o Governo vai adquirir todas as parcelas, pagando cerca de 1 euro por metro quadrado.
O concelho do Funchal foi afetado por grandes incêndios florestais e urbanos nos dias 08 e 09 de agosto de 2016, que provocaram três mortos, a destruição total e parcial de 300 casas, e centenas de desalojados. Os prejuízos foram avaliados pelas autoridades em 157 milhões de euros.
LUSA