A Direção do Trabalho e Ação Inspetiva da Madeira duplicou o número de ações inspetivas por iniciativa própria no primeiro trimestre de 2018, ano em que se registaram duas mortes em acidentes de trabalho, informou hoje o executivo regional.
"Duplicámos este ano o número de ações inspetivas em relação ao período homólogo, mas a verdade é que os acidentes persistem e isso é um fator que muito nos preocupa", disse a secretária da Inclusão e Assuntos Sociais, Rita Andrade, durante uma conferência no Funchal para assinalar o Dia Mundial da Saúde e Segurança no Trabalho.
A governante vincou que o objetivo é "manter e aumentar" as ações inspetivas preventivas e pedagógicas, realçando, por outro lado, que sempre que há denúncias os serviços atuam no prazo de 24 horas.
Rita Andrade não revelou o número de ações já desenvolvidas este ano, mas disse que o Governo Regional será "implacável" a fazer cumprir a legislação.
"Tradicionalmente, a área da construção sempre foi muito crítica em termos de acidentes de trabalho, mas curiosamente as duas últimas mortes [ocorridas em 2018] foram na indústria", disse, sublinhando que estas são as áreas de atividade mais problemáticas.
Os dados estatísticos atualmente disponíveis referem-se a 2015, ano em que se verificaram 3.488 acidentes de trabalho, com destaque para o comércio por grosso e a retalho e reparação de veículos automóveis e motociclos (557 ocorrências); alojamento, restauração e similares (556) e construção civil (449).
A secretária da Inclusão e Assuntos Sociais indicou, por outro lado, que o executivo está a investir em ações de formação destinadas a jovens trabalhadores entre os 15 e os 24 anos, que representam 7,1% da população da Região Autónoma da Madeira.
"Apesar de não haver registo de acidentes mortais nesta população mais jovem, a verdade é que os números nos dizem que estão sujeitos a cerca de 40% mais de acidentes de trabalho em relação aos outros", advertiu.
c/LUSA