"É curioso que temos tido um grande apoio e solidariedade da União Europeia, mas ainda não tivemos do Governo nacional, uma vez que o acordo de cooperação que foi assinado em dezembro ainda não disponibilizou qualquer verba", afirmou Rubina Leal, na sequência de uma visita a diversas áreas florestais no Funchal, onde decorrem trabalhos de remoção de material ardido.
A governante falava na sequência do anúncio, na quarta-feira, de que o Parlamento Europeu tinha aprovado uma ajuda financeira no valor de 3,9 milhões de euros para recuperação da Madeira.
Os incêndios de agosto de 2016 afetaram sobretudo o concelho do Funchal, onde morreram três pessoas e cerca de 300 casas ficaram parcial ou totalmente destruídas. O fogo consumiu, ainda, uma grande área florestal e os prejuízos materiais atingiram os 157 milhões de euros.
"Nós temos vindo a fazer a recuperação de imóveis e já temos cerca de 178 recuperados, com recurso às verbas do Fundo de Socorro Social e do Fundo de Solidariedade da União Europeia", explicou Rubina Leal, sublinhando que, mesmo sem o apoio do Estado, o executivo regional não se coíbe de auxiliar as famílias que foram diretamente afetadas pelos fogos.
Por outro lado, a secretária regional do Ambiente e Recursos Naturais, Susana Prada, que também esteve presente na visita, salientou que os trabalhos de limpeza das áreas florestais estão a ser feitos com autorização dos respetivos proprietários, após o que seguir-se-á a fase de reflorestação.
"Primeiro é preciso limpar, porque estamos no período antes do verão e é importante retirar a carga combustível", vincou a governante, explicando que, posteriormente, a reflorestação será feita com recurso a árvores adequadas a cada cota.