Macron já tinha reconhecido as “responsabilidades” da França no genocídio em 2021. No domingo, dia em que se assinalam os 30 anos do genocídio, vai partilhar uma mensagem em vídeo nas suas redes sociais, anunciou a sua comitiva à agência noticiosa France-Presse (AFP).
“O chefe de Estado recordará, em particular, que, quando começou a fase de extermínio total dos tutsis, a comunidade internacional tinha os meios para saber e agir, graças ao seu conhecimento dos genocídios, tal como nos foi revelado pelos sobreviventes dos arménios e da Shoah [o Holocausto], e que a França, que poderia ter impedido o genocídio com os seus aliados ocidentais e africanos, não teve a vontade de o fazer”, acrescentou a Presidência.
“Em 27 de maio de 2021, em Kigali, o Presidente da República reconheceu a responsabilidade da França no genocídio dos tutsis, tal como estabelecido pela comissão de historiadores e investigadores liderada pelo professor Vincent Duclert sobre o papel e o envolvimento da França no Ruanda”, explicou.
“Em 07 de abril de 2024, o chefe de Estado reafirmará que a França está ao lado do Ruanda e do povo ruandês, em memória de um milhão de crianças, mulheres e homens martirizados por terem nascido tutsis. Reiterará a importância do dever de memória, mas também do desenvolvimento de conhecimentos de referência e da sua divulgação, nomeadamente através da educação das gerações mais jovens em França”, prosseguiu.
Convidado pelo Presidente do Ruanda, Paul Kagame, a participar nas comemorações do 30.º aniversário do genocídio no domingo, Emmanuel Macron não estará presente e será representado pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Séjourné, e pelo secretário de Estado do Mar, Hervé Berville, que nasceu no Ruanda.
O genocídio do Ruanda ocorreu de 07 de abril a meados de julho de 1994, período de 100 dias durante o qual a maioria hutu, liderada por extremistas étnicos, realizou um massacre contra a minoria tutsi e hutus moderados, resultando em cerca de 800 mil mortos.