Pedro Calado falava na primeira chegada a Portimão do navio "Volcán de Tijarafe", fretado pela Empresa Madeirense de Navegação (EMN) do Grupo Sousa [única concorrente no concurso internacional para a exploração da linha marítima através de ‘ferry’ entre região e o continente] à "Naviera Armas", que partiu segunda-feira do Funchal.
O governante madeirense fez um “balanço positivo” desta primeira viagem e elogiou as condições do navio e da companhia, que “já está habituada a fazer este tipo de trajetos”.
“Acho que está aqui feita uma boa operação e a Câmara Municipal de Portimão também está muito satisfeita, fizeram questão de estar aqui à chegada connosco, manifestaram o seu contentamento por ter realizado esta operação”, declarou o responsável insular.
Pedro Calado complementou que a autarquia de Portimão considera esta “uma operação muito importante e que abre muitas perspetivas para quem está no continente se poder deslocar à Região Autónoma da Madeira”.
Também referiu que esta operação marítima é “muito positiva” em termos turísticos para a região, vincando: “Não estamos a pensar só na população da Madeira que vem ao continente, mas também na possibilidade de quem está no continente ir também conhecer a Madeira”.
No entender do vice-presidente do executivo regional, esta é “uma excelente operação” que agora foi retomada e o governo insular “pretende que seja o mais duradoura possível e com melhores condições".
O governante também salientou que a maior parte dos passageiros que vão fazer a viagem de regresso ao Funchal, 176 pessoas, “são tudo pessoas do continente que querem conhecer a Madeira”, sendo que apenas quatro ou cinco são residentes na região que foram deixar uma viatura nesta primeira ligação marítima.
“Portanto, acho que é uma operação que está a valer a pena”, sublinhou Pedro Calado, considerando que estão a ser feitas reservas para as 12 viagens previstas, sendo um “número satisfatório neste momento”, sem avançar com dados.
A ligação marítima Funchal/Portimão foi retomada segunda-feira, depois de ter sido interrompida a 01 de fevereiro de 2012, sendo assegurada pelo mesmo operador espanhol, que desistiu há seis anos alegando falta de apoio na redução das taxas portuárias.
Esta concessão da linha marítima regular, através de ‘ferry’ Madeira-Portimão, compreende o transporte de passageiros e carga rodada, tem a duração de três anos, decorrerá entre junho e setembro e vai custar ao orçamento regional nove milhões de euros, repartidos por frações de três milhões de euros por ano.
A 27 de junho de 2017, a Comissão Europeia deu luz verde à possibilidade de o Governo Regional subsidiar a ligação marítima entre a Madeira e o continente.
As viagens começam todos os domingos com saída de Tenerife, chegando o navio ao Funchal no dia seguinte, rumando posteriormente para Portimão, com regresso na quarta-feira e partindo de seguida para Las Palmas.
A última das 12 viagens desde ano acontecerá a 20 de setembro.
Em termos de custos, uma viagem, ida e volta, para não residente é 170 euros, 58 euros para residente e 51 euros para estudantes.
As crianças até aos três anos não pagam e, dos quatro aos 12 anos, têm um desconto de 50% na tarifa.
Para viajar com automóvel, os passageiros terão de pagar mais 125 euros por trajeto, custando o transporte de uma viatura ligeira sem passageiros 315 euros.
Para as Canárias, o preço Funchal/Las Palmas é 105 euros (ida e volta) e mais 199,50 euros para quem quiser viajar com o automóvel.
O "Vólcan de Tijarafe" tem 154 metros de comprimento fora-a-fora, 25,60 metros de boca máxima e 5,70 metros de calado.
Desloca 20.500 toneladas, tem uma velocidade de serviço de 24,5 nós, 56 camarotes, 206 camas e pode transportar 1.000 pessoas, 1.500 metros cúbicos de carga e 300 automóveis.
Lusa