"Foi uma reunião construtiva, porque vem no sentido de que o Grupo de Trabalho vai prosseguir os trabalhos" disse o presidente da Associação de Lesados do Banif (ALBOA), Jacinto Silva, à Lusa, sinalizando, contudo, que se trata de um processo "moroso".
Uma nova reunião está já agendada para o dia 21 de outubro, disse ainda Jacinto Silva, acrescentando que o grupo de trabalho irá também procurar avançar para um memorando e entendimento.
"Sempre acreditamos na palavra do Sr. primeiro-ministro de que era necessário arranjar uma solução e parece-me que hoje se deu um passo importante nesse sentido", acrescentou.
O Grupo de Trabalho para a Resolução dos Lesados do Banif integra representantes da ALBOA, Ministério das Finanças, Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Antes do próximo encontro, a ALBOA, através do seu advogado, Nuno Silva Vieira, enviará documentação sobre numero de lesados, valores envolvidos e produtos financeiros em questão
Em dezembro de 2019, uma comissão de peritos nomeada pela Ordem dos Advogados concluiu que foram encontrados indícios de práticas ilícitas na venda dos produtos financeiros no Banif e validaram 2.330 pedidos de lesados do Banif, sendo o valor dos investimentos em causa de 230 milhões de euros.
Desde então que se espera por uma solução que compense esses lesados (ainda que parcialmente) pelo dinheiro perdido. Em causa estão valores da ordem dos 450 milhões de euros.
Segundo a ALBOA, o ‘lesado Banif’ tem em média 61 anos, baixa escolaridade (39% têm escolaridade inferior ao 4.º ano do ensino básico) e é proveniente dos Açores ou Madeira. A aplicação média é de 73,5 mil euros e as obrigações subordinadas Banif são o produto financeiro mais comum.
A reunião de hoje foi conjunta com os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES.