“Esta vai ser uma legislatura diferente”, declarou, no seu primeiro discurso após ser eleito para o cargo.
O nome do deputado foi proposto pelo PSD e pelo CDS-PP – partidos que se coligaram após o resultado das regionais de 22 de setembro – e obteve 24 votos a favor, 19 brancos e quatro contra.
José Manuel Rodrigues salientou que “a nova composição parlamentar, com um poder partilhado entre dois partidos e um grande equilíbrio entre a nova maioria e a oposição, constitui um novo desafio para a assembleia, que passará a ser o epicentro do debate político”.
O representante vincou que o debate político deve ser feito “com vigor e firmeza, mas também com educação e elevação”, baseado no “respeito e consideração” que os deputados devem ter uns para com os outros.
“A dignificação da autonomia é um trabalho que deve ser permanente e que em momento algum pode ser esquecido”, mencionou.
José Manuel Rodrigues sustentou que “a autonomia é evolutiva” e defendeu ser necessário que os deputados sejam “capazes de materializar essa evolução na Constituição, no Estatuto e nas leis”.
“Estou certo de que cada um de vós será um elemento essencial para que, na necessária revisão da Constituição, que se fará mais cedo ou mais tarde, e na urgente revisão do Estatuto Político-Administrativo, que deve ocorrer nesta legislatura, possamos aprofundar os nossos poderes e competências, para legislar e executar novas políticas que potenciem o desenvolvimento da Madeira e Porto Santo”, argumentou.
O responsável elegeu como principal desígnio do seu mandato “criar todas as condições para aproximar os eleitos dos eleitores”, apontando que “a democracia não pode reduzir-se ao momento das eleições”.
O presidente do parlamento realçou que a nova maioria que vai suportar o XIII Governo Regional de coligação PSD/CDS vai contar com toda a sua “lealdade” e “as oposições terão o máximo respeito”.
José Manuel Rodrigues vincou que não vai esquecer que deve ser “o denominador comum deste parlamento”, destacando que conhece os direitos da maioria, mas não ignora os direitos da oposição.
“Sou hoje o deputado com mais anos no parlamento, o que, sendo motivo de enorme orgulho, me acarreta sobretudo uma imensa responsabilidade”, referiu.
O centrista prometeu ser “o presidente de todos os deputados”, mesmo dos que não votaram nele, declarando: “Sei de onde venho, sei onde estou e quero caminhar com todos na dignificação da nossa casa da autonomia e da democracia”.
O presidente eleito destacou que o parlamento regional é “o guardião da autonomia” e fez também referência às comunidades emigrantes, fazendo votos de que “um dia possam ter representação direta na assembleia, através do voto e da eleição de deputados da diáspora”.
No seu discurso houve ainda uma palavra de “reconhecimento” aos seus antecessores no cargo, os sociais-democratas Emanuel Rodrigues, Nélio Mendonça, Miguel Mendonça e Tranquada Gomes.
C/Lusa