“Neste momento, é fundamental e oportuno lembrar que os agricultores da vinha, da cana-de-açúcar e da banana estão a trabalhar para aquecer”, afirmou Élvio Sousa, no âmbito de iniciativas do segundo dia da campanha eleitoral, no concelho de Santa Cruz.
O candidato complementou que muitos destes agricultores estão a “perder dinheiro e a pensar abandonar a agricultura”, considerando que “estão em regime de semiescravatura, nomeadamente aquela que alimenta as empresas públicas”.
O também secretário-geral do partido salientou que, “neste caso, o JPP propõe-se a lutar pelas populações que vivem da agricultura, sobretudo para aqueles que trabalham de sol a sol”.
Segundo o candidato, os que se dedicam à produção da uva “recebem atualmente o mesmo preço que há 30 anos”, enquanto os que estão afetos à cultura da banana auferem “menos do que aquilo que recebiam há 15 anos”.
Élvio Sousa ainda mencionou a “miséria daqueles que trabalham a cana-de-açúcar e que apenas recebem 340 euros por uma tonelada, quando o produto final aumentou 40%”.
O candidato do JPP realçou que o partido, “conhecendo esta realidade” que pode ser comprovada por faturas, vai propor “para valorizar o produto agrícola e trazer mais investimento ao agricultor um euro por quilo de banana, nomeadamente a banana extra”.
“Porque temos de também acabar com os tachos, viagens e carros de luxo que são utilizados pela GESBA (Empresa de Gestão do Setor da Banana da Madeira) e dispensar, com justa causa, todos aqueles amigos e amigas de Miguel Albuquerque que continuam a utilizar o dinheiro dos produtores para escravizar os agricultores”, declarou.
Élvio Sousa apontou que os agricultores madeirenses dizem que “isto está pior do que no tempo de fascismo”.
Para o cabeça de lista do JPP, os agricultores “têm toda a razão porque eles estão a trabalhar para aquecer, muitos deles a perder dinheiro, e, nomeadamente, para pagar a empresas que comem 12 milhões [de euros] de 18 milhões faturados pelo fruto dos produtores de banana, isto para não falar de outros interesses, como dos armadores que vivem destes escravos para alimentar certos monopólios”.
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
Lusa