“Chegou janeiro e os porto-santenses foram, de novo, esquecidos. Serão seis semanas sem a habitual ligação marítima, já a partir da próxima quarta-feira”, diz o JPP em comunicado, citando o deputado residente no Porto Santo Carlos Silva.
O eleito do JPP argumenta que, “mais uma vez, fica por cumprir a promessa do Governo liderado por Miguel Albuquerque, pelo PSD e CDS, de substituírem o ferry Lobo Marinho por outro navio durante o período de manutenção que acontece todos os anos no mês de janeiro”.
Segundo Carlos Silva, “com as ligações regulares, de barco ou de avião, canceladas ou alteradas, o Porto Santo mergulha em coma profundo forçado”, destacando os “graves prejuízos” para os residentes no Porto Santo que “se veem isolados, mas também para os madeirenses que, querendo visitar a Ilha Dourada, têm de pagar uma pequena fortuna no avião”.
“Logo, empresários, clubes desportivos, etc. adiam compromissos com grave prejuízo social e económico”, reforça, insistindo que “a promessa do Governo Regional de garantir um barco alternativo caiu no esquecimento e que o princípio da continuidade territorial também não é cumprido pelo executivo madeirense, comportamento semelhante ao do Governo Central em relação à Madeira”.
Carlos Silva adianta que as ligações aéreas programadas para este período de ausência do navio “também sofreram um grave revés, com a empresa concessionária deste serviço público a impor um horário bastante mais restritivo”, o que afeta o acesso dos porto-santenses a consultas médicas ou outros compromissos profissionais.
Por seu turno, o secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, complementa que “o Programa de Governo (na página 144), aprovado pelo PSD/CDS, Chega, PAN e IL, refere especificamente que haveria uma alternativa de passageiros e carga durante a interrupção anual do navio Lobo Marinho, em janeiro”.
“Não aceitamos a velha mentira de que não há embarcações no mercado, isso é areia para os olhos dos madeirenses e porto-santenses. Se Miguel Albuquerque não cumpre o que está escrito, mais uma vez se prova que o JPP tem razão quando diz que ele não é uma pessoa de confiança, os madeirenses e porto-santenses sabem muito bem como tratar as pessoas que não têm palavra”, vinca Élvio Sousa.
Também o PS/Madeira, através de comunicado assinado pelo deputado eleito pelo Porto Santo, Miguel Brito, acusa o governo madeirense e o PSD de “assobiarem para o lado enquanto o Porto Santo fica com mobilidade cada vez mais condicionada”.
O eleito socialista alerta que o novo horário de partida do avião desde o Porto Santo (passará a ser às 10:00, em vez de às 08:30) deverá acontecer em dias específicos já a partir do próximo sábado, o que “está a causar grande descontentamento na generalidade dos habitantes da ilha, especialmente aqueles que têm de se deslocar à Madeira por questões de saúde”.
Miguel Brito argumenta que “as pessoas ficam impossibilitadas de ter consultas na parte da manhã, sendo que, mesmo à tarde, há algum constrangimento, devido ao facto de terem de estar atempadamente no aeroporto para o regresso ao Porto Santo”.
“Como se já não bastasse a ligação marítima ser interrompida agora durante um mês e meio, os porto-santenses veem as suas vidas cada vez mais prejudicadas e condicionadas”, afirma Miguel Brito, acrescentando, perentoriamente, que “a mobilidade está cada vez pior”.
Lusa