No livro, o ex-presidente do Governo da Madeira recorda os momentos conturbados após a revolução em que a expressão ‘o João faz anos’ era o "código que se ouvia na Madeira quando corria que a FLAMA planeava alguma ação".
Esclarece também que a expressão "cubano", com que mimoseava alguns socialistas como o ex-líder António Guterres, não se visava aqueles que nasceram no continente, mas somente os que eram "preconceituosos em relação à Madeira".
O atual Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, de quem foi vice-presidente e apoiou sempre quando este liderou o PSD, merece grandes elogios.
"Marcelo é uma pessoa muito exigente, para além de ter uma comprovadíssima inteligência. Tínhamos de estar 24 horas de serviço. Eu devia atenções a Marcelo, que de resto tem a primazia intelectual, cultural e humana que se lhe reconhece. Mas, ser vice-presidente, residindo na Madeira, e ainda por cima com ausências devido a compromissos internacionais, obrigou-me a fazer-lhe ver que o meu trabalho não poderia ser aquilo de que ele necessitava", salienta.
Jardim justifica assim o facto de ter deixado de ser vice-presidente para ocupar a presidência da mesa do Congresso.
O ex-governante passa em revista as relações com o ex-Presidente Cavaco Silva, mas também com os ex-primeiros-ministros José Sócrates ou António Guterres, não escondendo as relações difíceis.
Mas, recorda também os tempos em que o Jornal da Madeira "era um dos três principais jornais portugueses não tomados pelos ‘comunistas’ , pelo que era seguido diariamente nas chancelarias estrangeiras".