“Nós temos já previsto um investimento estimado de 10 milhões de euros, assim haja capacidade de execução da parte dos municípios para elaborar os diagnósticos aos riscos municipais e assim tenham capacidade para contratualizar com o ministério e para depois desenvolverem. Não será por falta de meios financeiros que deixaremos de remover muitos pontos negros”, afirmou José Luis Carneiro à margem de uma cerimónia no Porto.
O governante falava aos jornalistas no final da apresentação pública dos resultados operacionais da PSP e da GNR que revelam um crescimento da criminalidade em três domínios, entre os quais o da sinistralidade rodoviária.
Relembrando que “uma percentagem” da receita de controlo convencional e automático da velocidade, vulgo radares, será utilizada para financiar a remoção de "pontos negros" nas estradas, o ministro reconheceu que os números da sinistralidade são ainda “muito elevados” pese embora Portugal tenha conseguido reduzir “mais de 80% o número de mortos e de feridos graves” entre 1986 e 2019.
Escusando-se a avançar qual a percentagem das receitas provenientes das coimas ou o período de execução para os investimentos na área da prevenção e segurança rodoviária, José Luís Carneiro detalhou que estão definidas três prioridades de intervenção: o reforço da fiscalização rodoviária convencional e da fiscalização automática; a remoção dos pontos negros e o reforço da capacidade de resposta pós-acidente, nomeadamente através da compra de veículos de desencarceramento e da sua pré-colocação em regiões onde há maior risco de sinistralidade.
Indicando tratar-se de um objetivo com caráter plurianual, José Luís Carneiro explicou que, no refere à eliminação dos pontos negros nas estradas, os investimentos previstos abrangem programas de qualificação de vias municipais e nacionais, nomeadamente nas áreas da iluminação pública, passadeiras e separadores de via, entre outros, intervenções que, sublinhou, “garantem níveis mais elevados de segurança”.
“Nenhum de nós gosta do radar, mas o radar, de facto, é uma forma de controlo da velocidade importante par salvar vidas. Morreram no ano que passou 470 pessoas nas estradas portuguesas e tivemos 2.300 feridos graves”, disse, acrescentando que há outras medidas que demoram mais tempo a pôr em prática.
No discurso de encerramento do balanço operacional, o ministro da Administração Interna apontava o excesso de velocidade, a condução sob efeito do álcool e o uso do telemóvel como as três principais causas da sinistralidade rodoviária, comparando o número de mortos a queda de dois aviões diários.
Lusa