O presidente do Governo Regional da Madeira defendeu hoje a reversão da privatização dos CTT, considerando uma situação absurda o fecho de postos em locais onde eram prestados serviços a pessoas idosas, contribuindo para a desertificação.
"O que pode fazer o Governo [da República], neste momento, o que era bom era reverter e eu sou favorável à reversão dessa privatização, mas, como sabe, o capital está disperso por milhares de acionistas e também não podemos defraudar essas pessoas que compraram ações dos CTT", afirmou Miguel Albuquerque.
O presidente do Governo Regional falava à margem da assinatura de um protocolo entre o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) e a Associação Industrial de Táxi da Região Autónoma da Madeira no âmbito de uma cooperação interinstitucional relacionada com o transporte não urgente de doentes.
"O que está a acontecer nos CTT, do meu ponto de vista, é de facto uma coisa absurda de estarem a encerrar postos em áreas que prestam serviços, sobretudo à população mais idosa que não tem internet, etc., é um contributo para a desertificação dos concelhos e freguesias e o que está a acontecer é, na verdade, uma empresa que dava lucro foi privatizada sem necessidade", afirmou.
Miguel Albuquerque exemplificou que na região não tem intenções de privatizar as empresas públicas de transporte e de eletricidade, porque sempre foi "contra a privatização de serviços essenciais", considerando que é política da região manter "em mão pública" sectores estratégicos.
Considerou que o atual estado de indignação relativamente ao fecho de estações "é um bom imbróglio e tem de ser resolvido a nível nacional".
Relembrou ainda que na região não é permitido ao Governo "abrir estações de correios", sugerindo que o "Governo nacional vai ter que tomar uma decisão sobre esta matéria" porque está a "causar grandes transtornos não só aqui na Madeira, mas em todo o país".
Os CTT confirmaram no dia 2 o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.
A empresa referiu que o encerramento de 22 lojas situadas de norte a sul do país e nas ilhas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente".
Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira (concelho de Lisboa), Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente (Penafiel), Socorro (Lisboa), Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde (Paços de Ferreira), Filipa de Lencastre (Sintra), Olaias (Lisboa), Camarate (Loures), Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Gondomar), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede (Abrantes), Aldeia de Paio Pires (Seixal) e Arco da Calheta (Calheta, na Madeira).
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