Mais de quatro centenas de pessoas vítimas de violência doméstica, 95% das quais mulheres, estão a ser acompanhadas na Região Autónoma da Madeira pelos serviços da Secretaria da Inclusão e Assuntos Sociais, informou hoje a titular da pasta.
Rita Andrade indicou que, no primeiro semestre de 2017, a Secretaria Regional recebeu 83 novos pedidos de ajuda, elevando para 487 o número de casos registados pelos serviços governamentais.
Em 2016, por outro lado, tinham sido referenciados 146 novos casos de violência doméstica, sendo que 95% das vítimas são mulheres.
"O número pode ter crescido, mas não significa que tenha aumentado a violência. Está é a aumentar o número de denúncias", disse Rita Andrade, no decurso de uma ação de sensibilização, no Funchal, no âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que se assinala este sábado.
A iniciativa, subordinada ao tema N(amor)o = Laços Saudáveis", decorreu na Assembleia Legislativa da Madeira e visou um público jovem, tendo em conta a problemática da violência no namoro.
"Esta é uma das ações do Plano Regional Contra a Violência Doméstica, em vigor entre 2015 e 2019", explicou Rita Andrade, vincando que o plano contempla 46 medidas e deverá chegar a mais de 8.000 pessoas, entre profissionais da área social, professores, alunos e sociedade em geral, nos onze concelhos da Região Autónoma da Madeira.
"O objetivo é chegar a todos os concelhos com ações de prevenção para diminuir estes números da violência doméstica", disse a governante, realçando que 63% do plano já foi executado.
Rita Andrade salientou, por outro lado, que o aumento dos pedidos de ajuda tem um "lado positivo", pois significa que as pessoas estão "mais sensibilizadas" e dispostas a denunciar, evitando deste modo "situações de fatalidade".
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres está a ser assinalado com diversas iniciativas na Madeira, entre as quais se destaca uma sessão na Câmara Municipal de Machico, intitulada "Educar para prevenir a violência doméstica", e, por outro lado, uma caminhada no centro do Funchal promovida pelo Conselho Municipal para a Igualdade de Género.
O MDM – Movimento Democrático de Mulheres – assinala também este dia internacional com um debate subordinado ao tema "Formas de exploração no feminino: a prostituição e a pobreza.
LUSA