“O Governo Regional, em colaboração com a equipa de sapadores do Exército, está a limpar terrenos florestais próximos de habitações no sentido de diminuir a carga combustível e prevenir os incêndios florestais”, disse Susana Prada, durante uma visita que efetuou, juntamente com o comandante da Zona Militar da Madeira, Cardoso Perestrelo, na zona da Choupana.
A governante madeirense salientou que, em 2017, “em conjunto com sapadores do Exército, os projetos cofinanciados pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PRODERAM), com meios próprios e com os madeireiros”, foi possível limpar “mais de 300 hectares”.
O trabalho de limpeza vai decorrer até setembro, apontou a responsável do executivo insular, realçando ser necessário proceder a estas ações de limpeza “todos os anos para proteger as populações dos incêndios”.
Susana Prada também destacou que nos cinco municípios aderentes da empresa Água e Resíduos da Madeira (Porto Santo, Câmara de Lobos, Machico, Ribeira Brava e Santana) serão disponibilizados contentores para “ajudar os privados a limparem os seus terrenos e colocarem a biomassa sem terem eles de suportar o transporte da estação de tratamento da Meia Serra”.
Questionada sobre a extensão desta medida aos restantes seis municípios do arquipélago, a secretária admitiu ser uma situação que está a ser “estudada”, argumentando que esta medida “acarreta custos para a ARM”.
“Mas para já será nos cinco municípios aderentes à Agua Resíduos da Madeira”, sublinhou.
Falando sobre a faixa corta-fogo que está a ser criada para proteger o Funchal dos incêndios, apontou ser “um projeto a longo prazo”, que passou pela delineação da área que era necessária para o efeito, que são “mais de 400 hectares”, entre o Palheiro Ferreiro e o Terreiro da Luta.
“Sabemos em que zona queremos intervir. Estamos a adquirir aos poucos os terrenos a privados. Temos o projeto do tanque e rede hídrica dos caminhos florestais feito e candidato ao PRODERAM e, em simultâneo, estamos a limpar à medida das nossas possibilidades”, explicou.
Ainda mencionou que “a aquisição dos 400 e tal hectares são cerca de 4 ME” e que o Governo Regional já conseguiu “1 ME de empresas privadas que se associaram” ao projeto.
Este passa pela retirada de eucaliptos e acácias e, posteriormente, pela plantação de espécies “indígenas que são plantas folhosas, pouco combustíveis” e, em caso de um “eventual incêndio ou se extingue ou se propaga com muito mais dificuldade, permitindo aos bombeiros extingui-lo”.
Susana Prada também indicou que “o Exército colabora no plano de prevenção e vigilância a fogos florestais” na Madeira, onde existem “seis locais de vigilância fixa e 60 postos móveis, ativo durante quatro meses”, sendo as equipas móveis compostas igualmente por elementos da Guarda Nacional Republicana e polícias florestais.
Por seu turno, o comandante da Zona Militar da Madeira destacou que este tipo de ações acontece com base nos protocolos celebrados com as entidades regionais, estando o Exército mais vocacionado para iniciativas de prevenção do que combate a fogos.
Referiu que esta área já tinha sido limpa no segundo semestre do ano passado e, com o inverno, voltou a acontecer “um crescimento visível” de vegetação, estando equipas compostas por 10 militares a proceder a uma nova limpeza com a ajuda de motosserras.
“Os militares estão cá para colaborar sempre que possível”, disse Cardoso Perestrelo, recordando o apoio imediato disponibilizado pelos militares aquando do temporal de 20 de fevereiro de 2010 e dos últimos incêndios verificados na região.
Embora os dois responsáveis se tenham recusado a falar sobre a vinda dos meios aéreos que estão previstos para combater os incêndios na Madeira, a secretária regional mencionou que a formação programada a partir deste mês abrange “homens da área da floresta”, devendo envolver “Exército, a Proteção Civil e polícias florestais que protegem a área florestal”.
Já Cardoso Perestrelo vincou que se “a Força Aérea tiver ‘kits’ apropriados terá condições para combater incêndios” na região.
c/Lusa