À margem de uma visita à Adega Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico – Pico Wines C.R.L., António Ventura explicou que, uma vez que as castas tradicionais de videira açorianas “sofreram uma progressiva degradação sanitária devido ao longo cultivo, este projeto pretende utilizar ferramentas biotecnológicas para responder a uma necessidade emergente de produzir material de propagação de elevado valor acrescentado”.
Citado em nota de imprensa do executivo açoriano, o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural afirmou que pretende-se com a investigação “estabelecer uma coleção ‘in vitro’ de clones de castas do Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantêz do Pico e de porta-enxertos de Aranheira e Capote tradicionais açorianos".
A investigação será efetuada nos Laboratórios do Centro de Biotecnologia da Universidade dos Açores por um período de três anos.
Pretende-se ainda “recorrer a métodos de diagnóstico moleculares para rastreio de infeções virais presentes nas castas a sanear e monitorizar a eficácia do processo de saneamento”, avançou.
António Ventura quer "erradicar os vírus com maior impacto económico, por via da termoterapia ‘in vitro’ combinada com preparação de meristemas, assegurar a correta identidade das castas com recursos a marcadores moleculares e, por fim, conservar e micropropagar material vegetal de elite para futuro estabelecimento de coleção e campos de pés-mães”.
“O plantio de videiras isentas de vírus torna-se indispensável para controlar as doenças virais nas novas plantações de vinha e assim evitar perdas na produção agrícola, evitar a importação de novas cultivares de outros países ou regiões, preservar o germoplasma tradicional e contribuir para a manutenção da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico e para o desenvolvimento sustentável da vitivinicultura açoriana”, afirmou o governante.
Lusa