Segundo o ministro francês Philippe Batiste, a operação “Choose France for Science” será apresentada no dia 05 de maio pelo presidente da França, Emmanuel Macron, e visa “reunir a comunidade científica e de investigação europeia”, assim como “discutir o retrocesso das liberdades académicas que se verifica em todo o mundo”.
Em entrevista à France Info, hoje divulgada, Philippe Batiste afirmou que o seu país terá “orçamentos dedicados” para atrair e instalar cientistas de todo o mundo.
“Somos um grande país de investigação, como outros grandes países europeus, como outros grandes países do mundo”, afirmou, antes de manifestar a sua convicção de que haverá “um afluxo maior” de cientistas.
O ministro exemplificou que uma universidade como a Aix en Provence-Marseille, que avançou com uma iniciativa para atrair cientistas, recebeu “várias centenas de candidaturas”.
Embora reconheça que é muito difícil estimar o custo orçamental de um cientista vindo do estrangeiro, uma vez que existem muitas diferenças, por exemplo, em função da especialidade, Philippe Batiste estimou que a ordem de grandeza para um cientista de “muito bom nível” é de cerca de um milhão de euros em três anos, tendo em conta o tempo necessário para a sua instalação.
Questionado sobre se a França pode suportar esta despesa, numa altura em que o Governo diz que terá de reduzir o seu orçamento para o próximo ano em 40 mil milhões de euros, respondeu que o orçamento do seu departamento cresceu nos últimos anos e que, atualmente, ascende a 26.700 milhões de euros.
Em todo o caso, o ministro da Investigação insistiu que “é um esforço coletivo” que deve ser feito a nível europeu.
“Estamos a tomar iniciativas, porque nós, franceses, estamos na vanguarda desta questão e porque estamos muito convencidos, mas é verdade, que o esforço deve ser feito a nível europeu, e é por isso que no dia 5 de maio a Europa da investigação e da ciência estará com o Presidente da República”.
Philippe Batiste criticou abertamente a política do Presidente dos EUA, Donald Trump, em relação à ciência e às universidades: “O que estamos a ver nos Estados Unidos não são cortes orçamentais, é um massacre orçamental”.
Salientou que esta situação não afeta apenas os EUA, mas também os programas de cooperação internacional em todo o mundo, incluindo alguns em que a França participa.
Lusa