"A instrução que está dada [à Lusa] é de se fazer o pagamento exatamente nos mesmos termos como foram feitos às empresas públicas", afirmou o ministro das Finanças, Fernando Medina, em resposta a uma questão colocada pela deputada do BE Mariana Mortágua sobre os aumentos salariais na agência de notícias.
O pagamento, precisou, é feito com retroativos a janeiro, tal como consta do referido despacho.
O ministro das Finanças que está a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito do Programa de Estabilidade (PE) 2023-2027 referiu, contudo, que o caso da Lusa é ligeiramente diferente das outras empresas, pelo facto de o contrato que regula as relações financeiras do Estado com a agência de notícias estar "trancado" do ponto de vista financeiro, sendo, por isso, necessário alterá-lo "para que a Lusa tenha os recursos financeiros para poder fazer esse pagamento".
Os trabalhadores da Lusa fizeram quatro dias de greve em 30 e 31 de março e em 01 e 02 de abril, e decidiram, esta terça-feira, em plenário, avançar para mais quatro dias de greve entre 09 e 12 de junho, e outros quatro dias, entre 03 e 06 de agosto, exigindo “aumentos salariais condignos”.
Num comunicado divulgado no final do plenário, os sindicatos dos Jornalistas (SJ), dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) e dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE) recordaram que “os trabalhadores reivindicam um aumento de apenas 100 euros no salário base, para fazer face a 12 anos sem aumentos, ou seja, menos de 10 euros por cada um dos 12 anos”.
Os sindicatos salientaram que “cabe ao Governo intervir, já que o Estado detém a maioria do capital social da empresa”, e criticaram a posição da tutela.
“Na quarta-feira da semana passada, no parlamento, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, vincou a proposta de aumento de 74 euros e deu a entender que os trabalhadores da Lusa são uns privilegiados por terem salários médios acima do setor, declarações ofensivas quando se está perante um setor depauperado onde em muitas empresas se praticam salários indignos e precariedade”, lamentaram.
Lusa