“O risco de uma guerra na região da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa] é maior agora do que alguma vez foi nos últimos 30 anos”, alertou o ministro Zbigniew Rau, na apresentação das prioridades da nova presidência ao conselho permanente daquela organização, em Viena.
Rau referiu-se, sem mencionar expressamente, a tensão registada nas últimas semanas devido ao envio de tropas russas para a fronteira com a Ucrânia e as exigências de Moscovo para manter a sua esfera de influência sobre os países que estavam sob controlo da União Soviética até 1989 e que agora querem aderir à NATO.
“Recentemente, temos recebido vários pedidos de garantias de segurança relacionadas numa parte significativa da área da OSCE e um discurso renovado sobre áreas de influência”, referiu o ministro.
Este debate assegurou, exige uma “análise séria e uma reação adequada”, que deve basear-se na legislação internacional e nos compromissos assumidos pelos membros da OSCE.
A presidência polaca da OSCE “não é indiferente” aos prblemas de segurança levantados por alguns dos Estados-membros, disse, acrescentando que acredita que a organização é “a plataforma” apropriada para procurar soluções diplomáticas.
“Estamos abertos ao diálogo e a propostas para chegar a um acordo mútuo que reduza as tensões na área da OSCE”, sublinhou o ministro polaco, admitindo, no entanto, que muitos Estados procuram garantias de segurança como, por exemplo, pertencer a alianças militares.
Segundo Zbigniew Rau, os 57 países da OSCE – que se estende do Canadá à Rússia – “enfrentam atualmente uma combinação particularmente complicada de desafios à paz e à segurança”, entre os quais se contam diversos conflitos “congelados”, como o do enclave de Nagorno-Karabakh, entre a Arménia e o Azerbaijão, o Transnístria, entre a Moldávia e a Rússia, além do risco de confrontos militares ou de terrorismo.
Estas crises, somadas às violações dos direitos humanos e aos efeitos da pandemia de covid-19, fazem aumentar a incerteza e o medo na sociedade, alertou.
A OSCE é uma organização de segurança regional que surgiu do diálogo, a partir de 1975, entre os blocos leste e ocidental da Guerra Fria.