A mesma fonte precisou hoje que o avião, um Boeing 747 construído nos Estados Unidos, chegou à Florida e será retirado de circulação.
O avião tinha sido transferido da companhia aérea iraniana Mahan Air – que as autoridades alegaram fornecer apoio à força Quds – Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão – para a Emtrasur, uma companhia aérea de carga venezuelana e subsidiária de uma empresa estatal que tinha sido sancionada pelos EUA.
As autoridades norte-americanas afirmaram que a venda, sem a autorização dos EUA, violou as leis de controlo de exportação e beneficiou ainda, de forma indevida, a Guarda Revolucionária paramilitar iraniana.
A Mahan Air tem estado sob restrições por parte de Washington.
“O Departamento de Justiça está empenhado em garantir que toda a força das leis dos EUA negue aos atores estatais hostis os meios para se envolverem em atividades lesivas que ameaçam a nossa segurança nacional”, segundo o procurador-geral adjunto Matthew Olsen, chefe da divisão de segurança nacional do departamento, num comunicado.
O avião foi apreendido em junho de 2022 pelas autoridades argentinas, tendo responsáveis norte-americanas desenvolvido ações para tomar posse do aparelho, o que aconteceu oficialmente no domingo.
O Departamento de Justiça informou que o avião está agora a ser “preparado para ser descartado”, sem dar mais pormenores, tendo ainda identificado o capitão registado do aparelho como um ex-comandante da Guarda Revolucionária.
As autoridades também citaram um registo de voo que terá sido recuperado e que mostra voos realizados após a transferência para a Emtrasur para locais como Moscovo, Caracas e Teerão – todos sem aprovação dos EUA.
A Mahan Air negou qualquer ligação com a aeronave e a Venezuela exigiu que as autoridades argentinas libertassem o avião.
No domingo, membros de uma aliança de esquerda liderada pela Venezuela condenaram a Argentina neste processo, acusando-a de “roubo”.
“Esta agressão é mais uma consequência das medidas coercivas unilaterais impostas pelo governo dos Estados Unidos que ameaçam a soberania da Venezuela e violam os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional”, segundo a Aliança Bolivariana dos Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos, vulgarmente conhecida como Aliança Alba.
A aliança foi criada em 2004 pela Venezuela e Cuba numa tentativa de combater a influência dos EUA na região. Nicarágua, Bolívia e algumas nações caribenhas incluem-se no grupo.
Lusa