"Como existem grupos (políticos) a questionar o compromisso do Governo em ‘participar na ajuda militar à Ucrânia’, quero anunciar que a Espanha enviará material militar ofensivo à resistência ucraniana", disse Sanchez.
Sánchez fez este anúncio durante uma intervenção na sessão plenária da Câmara dos Deputados para informar sobre a posição de Espanha em relação ao conflito na Ucrânia.
O chefe do Executivo espanhol sublinhou que desde o primeiro momento entendeu que a melhor forma de ajudar a Ucrânia era com ações coordenadas da União Europeia (UE), tanto na ajuda humanitária como no envio de material militar ofensivo e defensivo para o país perante o ataque da Rússia.
Esta ação conjunta, segundo Sánchez, é melhor do que ações individuais dos países e, por isso, disse que sempre defendeu a ativação do fundo europeu para a paz no qual a Espanha é o quarto contribuinte.
"Perante uma ameaça europeia, temos de dar uma resposta europeia, coordenada e unida", insistiu, antes de recordar que foi isso que também pediu o Alto Representante para a Política Externa e Segurança da UE, Josep Borrell.
Entretanto, acrescentou que, dado que alguns grupos questionaram o compromisso do Governo espanhol de se limitar apenas à ação conjunta, finalmente decidiu que a Espanha também enviaria material militar ofensivo diretamente para a Ucrânia.
Um anúncio que foi recebido com aplausos pelos deputados socialistas, que não foram apoiados pelos parlamentares da coligação Unidas Podemos.
O chefe do Governo espanhol aproveitou para confirmar que a Espanha não enviará tropas para a Ucrânia, nem a NATO o fará.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.