“O número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2/Covid-19 por 100.000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 66, com tendência ligeiramente crescente a nível nacional”, pode ler-se no segundo relatório de monitorização das "linhas vermelhas" da DGS e do INSA, relativo ao período entre 24 de março e 07 de abril.
“Estima-se que o tempo de duplicação da incidência seja de 86 dias, o que significa que, à atual taxa de crescimento, será preciso dois ou mais meses para atingir a linha de 120 casos por 100.000 habitantes”, alertam os dois organismos.
Em 11 de março, na apresentação do plano de desconfinamento, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que as medidas da reabertura serão revistas sempre que Portugal ultrapassar os “120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias” ou sempre que o Rt – o número médio de casos secundários que resultam de um caso infetado pelo vírus – ultrapasse 1.
De acordo com o documento hoje divulgado, o índice de transmissibilidade (Rt) apresenta valores superiores a 1, tanto a nível nacional (1,02) como nas várias regiões de saúde do continente, com exceção da região do Alentejo (0,99).
A nível nacional, observa-se um aumento do valor do Rt desde 10 de fevereiro de 2021.
A região do Algarve, que no primeiro relatório apresentava o valor mais elevado, caiu de 1,19 para 1,05 “sugerindo o desacelerar do aumento da incidência na região”, indicam a DGS e o INSA.
“A análise global dos diversos indicadores sugere uma situação epidemiológica com transmissão comunitária de moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de saúde”, destacam a DGS e o INSA.
De acordo com os organismos, “verificou-se um ligeiro aumento da transmissão nas faixas etária mais jovens, mas com menor risco de evolução desfavorável da doença” e "o recente período pascal e o início do desconfinamento são fatores que podem interferir" na situação, "com reflexos visíveis nas próximas semanas”.
O relatório indica que o número diário de casos de covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente “tem tido tendência decrescente”, sendo de 122 em 07 abril, inferior ao valor crítico definido (245 camas ocupadas).
A nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 1,5% (de 02 a 08 de abril), valor que se mantém abaixo do objetivo definido de 4%, sendo que o total de testes realizados nos últimos 7 dias foi de 238.821.
O relatório refere que a proporção de casos confirmados notificados com atraso mantém a tendência decrescente e nos últimos 7 dias, indicando que todos os casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e foram rastreados e isolados 95,0% dos seus contactos.
Por sua vez, “dados de sequenciação relativos ao mês de março (essencialmente 1.ª quinzena) indicaram que a variante B.1.1.7 (associada ao Reino Unido) representava já 82,9% dos casos de infeção por SARS-CoV-2/Covid-19 em Portugal (Continente e Regiões Autónomas)”, indica o documento.
Foram confirmados 29 casos da variante P.1 (associada a Manaus, Brasil) através da avaliação de casos suspeitos indicados pelas autoridades de saúde ou através de ensaios laboratoriais.
A sequenciação em larga escala em março indicou uma frequência relativa desta variante de 0,4%, indiciando a sua reduzida circulação no território nacional, pode ler-se no relatório.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.917.316 mortos no mundo, resultantes de mais de 134,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.910 pessoas dos 826.928 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.