"Os sinais políticos na região evidenciam a necessidade da afirmação ideológica do partido, que fica comprometida com coligações, já que não asseguram a identidade e a coerência pretendidas", afirma a direção nacional, em comunicado enviado à agência Lusa.
O PAN-Madeira anunciou na terça-feira a sua dissolução devido à "atitude centralista dos órgãos nacionais do partido em Lisboa".
A Comissão Política Permanente Regional explicou que a decisão foi "unânime" e, entre várias razões, apontou o facto de lhe ter sido vetada a "vontade de integrar" a coligação Confiança (PS, JPP, BE, PDR e Nós Cidadãos), que concorre no Funchal às eleições autárquicas de 01 de outubro.
"Os órgãos nacionais estão a ser consequentes com as orientações emanadas do V Congresso do PAN, de 07 de Janeiro deste ano, que definiu que o PAN concorre com candidaturas próprias às eleições autárquicas de outubro", esclarece a Comissão Política Nacional, vincando que esta posição foi aprovada por unanimidade, "inclusivamente pelos delegados que representavam o PAN/Madeira".
A direção nacional sublinha, por outro lado, que existia da parte do partido a "abertura para outras soluções", como a formalização de apoio a candidaturas de terceiros, opção que foi "desconsiderada" pelos responsáveis do PAN na Região Autónoma da Madeira.
"A estratégia nacional do PAN tem passado por apoiar todas a estruturas partidárias dos distritos e das regiões autónomas para que a expansão da ação política seja concretizada", lê-se no comunicado, onde os responsáveis do PAN/Madeira são acusados de entrar em "contraciclo".
"Os responsáveis, agora demissionários, não desenvolveram ação política e social para concretizar um projeto regional, patente inclusivamente na ausência de apresentação de candidaturas em toda a Região Autónoma da Madeira", refere a direção nacional, realçando que a situação deve ser encarada como uma "oportunidade" de renovação, de apresentação de novos atores e de conceção de uma "estratégia regional realista, consequente e de longo prazo".
Ao anunciar a sua dissolução, a Comissão Política Permanente Regional do PAN destacou a "completa falta de abertura" da estrutura nacional às suas propostas, bem como a "total falta de compreensão" em relação às especificidades insulares e ainda as dificuldades criadas no que toca à manutenção da sede regional.
Nas eleições legislativas regionais de outubro de 2011, o PAN, ao obter 2,13% dos votos, elegeu o seu primeiro deputado em Portugal, Rui Manuel dos Santos Almeida.
Nas autárquicas de 2013, o PAN integrou a coligação ‘Mudança’ [que incluía o PS, BE, MPT, PTP e PND] que derrotou e desapossou o PSD de 37 anos na governação da Câmara Municipal do Funchal.