“O ministro [Pedro Marque] foge como o diabo da cruz de esclarecer os madeirenses” e comete o “pecado da cobardia política”, disse o deputado da maioria social-democrata madeirense Carlos Rodrigues, que é também o presidente da referida comissão de inquérito à gestão da TAP.
Numa intervenção no período de antes da ordem do dia do plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, o parlamentar do PSD considerou que o ministro “deve muitos esclarecimentos” aos madeirenses.
E enunciou, entre outros aspetos, a questão da revisão subsídio, acusando-o de contribuir para que fique nas gavetas da Assembleia da República” e “obrigando que deputados nacionais mantenham congelado este diploma” que já foi aprovado no parlamento madeirense.
Na opinião de Carlos Rodrigues, a atitude de Pedro Marques também “demonstra que o PS tem vergonha da autonomia” e que é “um ministro medroso” que se esconde com subterfúgios jurídicos para não comparecer na comissão de inquérito do parlamento insular.
“O ministro do Planeamento e das Infraestruturas faltou com o respeito a vários níveis e estranhamos e rejeitamos que se esconda” atrás de subterfúgios jurídicos neste caso.
No entender do deputado social-democrata madeirense, Pedro Marques “faz-se de morto, assobia para o lado”, mas “jamais deixará de explicar a cobardia política”.
A comissão de inquérito à gestão da TAP já ouviu vários responsáveis, incluindo o presidente a companhia, tendo a convocação do ministro o objetivo de obter esclarecimentos sobre os “problemas com os preços das passagens aéreas, a revisão do subsídio social de mobilidade e os frequentes cancelamentos de voos entre o continente e a Madeira”.
Desde o início que o ministro se mostrou indisponível para apresentar-se perante esta comissão de inquérito da Assembleia Legislativa da Madeira, “argumentando que tinha solicitado pareceres jurídicos para saber se estava obrigado a deslocar-se”.
Ainda refere que, de acordo com o seu gabinete, a Procuradoria-Geral da República terá informado o ministro de que "os membros do Governo da República não têm que prestar contas aos parlamentos regionais".
Também o deputado do CDS Rui Barreto afirmou ser “inaceitável” esta posição do ministro, complementando que “nada impede” que preste esclarecimentos em sede de comissão de inquérito na Assembleia da Madeira, “se refugiando em questões legais”.
Ricardo Lume (PCP) criticou igualmente a situação, argumentando que esta é uma “situação lamentável e de falta de respeito pelo principal órgão de autonomia da Madeira, sendo de reprovar uma atitude destas”.
O deputado independente (ex-PND), Gil Canha, também afirmou que "um político que tem medo dos debates e de ser questionado é um cobarde".
Refutando as críticas, o líder parlamentar do PS, Victor Freitas, sustentou que esta é uma estratégia do PSD da Madeira que “se insere numa lógica do contencioso das autonomias e para esconder a incompetência na ação governativa”.
C/ LUSA