“Esta não é a altura para se fazer política partidária, é o momento de resolver as situações e exigir aquela que devia ser a solidariedade do Estado para com a região”, declarou Jaime Filipe Ramos (PSD) no encerramento das primeiras jornadas parlamentares do PSD e CDS, os partidos que suportam o Governo da Madeira.
O deputado social-democrata vincou que este “não é o momento de partidos, mas de promover a relação institucional entre o Estado e a região, muitas vezes afetada pelo excesso de partidos”.
Para Jaime Filipe Ramos, este “é um tempo da seriedade e da coragem”, admitindo que se avizinham tempos difíceis e de “um prejuízo económico ainda maior”, nomeadamente ao nível das falências, devido ”às medidas tomadas a nível nacional”.
Criticando a postura de “falta de solidariedade institucional da República para com a Madeira, o deputado disse que existe “um longo caminho a percorrer”.
“Estamos sós e precisamos que não atrapalhem o nosso caminho” nem “continuem a colocar pedras”, declarou, salientando que a região vive “uma das maiores crises de sempre, impar a nível económico e social, que interrompeu um ciclo positivo de forma feroz e abrupta, em março deste ano”, e “não tem tido apoio do Estado português”.
O parlamentar do PSD/Madeira destacou que “tem sido com esforço dos madeirenses que tem sido feita a recuperação” na região, considerando ser altura de “exigir respostas” do Estado, uma situação que “não é uma questão política, mas institucional, porque todos são portugueses”.
Jaime Filipe Ramos defendeu que “o respeito institucional entre o Estado e a região deve ser prioridade”, complementando não ser esta uma altura “para demagogia e populismo” que costumam surgir por parte de “determinados protagonistas” e pelos “abutres do sistema, que gostam pairar à volta da desgraça alheia”.
“Não podemos aceitar que haja políticos que tentem capitalizar com a ansiedade e com a incerteza da população”, mas depois “têm medo e fogem às responsabilidades”.
Também destacou a “coragem” manifestada pelo executivo madeirense e enfatizou que a Madeira tem evidenciado estar “à altura do desafio” na adoção de medidas, sobretudo ao nível da saúde pública, dos apoios sociais, à economia e ao emprego.
O líder do grupo parlamentar do PSD madeirense lembrou que esta nova sessão legislativa traz novas responsabilidade, mas assegurou que a prioridade será sempre “o bem-estar da população”.
Por seu turno, o líder da bancada do CDS, António Lopes da Fonseca, corroborou desta opinião, afirmando que há partidos no parlamento regional que “tudo farão para que se criem problemas” à atuação do governo madeirense de coligação.
Ainda referiu que “a próxima sessão legislativa vai decorrer sob a influência das eleições autárquicas”, apontando que a Madeira vai sofrer “uma pressão redobrada por parte do Governo da República”.
“Não podemos ter medo de enfrentar o PS na República, não esquecendo que, infelizmente para nós, ainda é esse o Governo que nos transfere uma parte do nosso Orçamento Regional. E isto não é nenhum favor”, disse, opinando que “não fizeram nenhum favor ao longo deste período da pandemia”, porque “foram zero os cêntimos que foram para a região”.
Lopes da Fonseca concluiu que a região terá “combates muito difíceis pela frente pois há verbas da União Europeia que vai ter de arrancar a ferros”.
Os deputados do PSD (21) e do CDS (3) estiveram nos últimos dois dias reunidos numas jornadas parlamentares no concelho de Santa Cruz.