Estas posições foram transmitidas por António Costa em conferência de imprensa, após ter estado reunido com o seu homólogo romeno, Nicolae Ciucâ, e os ministros da Defesa dos dois países terem assinado um acordo de cooperação militar, que revê e aprofunda um anterior acordo de 1995.
“Somos plenos apoiantes da adesão da Roménia ao espaço Schengen. Essa integração no espaço Schengen facilitará seguramente a circulação dos romenos em direção a Portugal, dos romenos residente em Portugal na vida ao seu país e o intercâmbio entre os dois povos”, afirmou o líder do executivo português, numa declaração em que elogiou o papel desempenhado pela comunidade romena em Portugal.
António Costa, tendo perto de si a ministra da Defesa, Helena Carreiras, disse depois que, durante as conversações com o primeiro-ministro da Roménia, foram identificados novos domínios de cooperação nas áreas económica e energia.
“As oportunidades que os PRR abrem aos dois países oferecem também oportunidades de trabalharmos em conjunto, explorando sinergias e, com isso, rentabilizarmos os apoios concedidos pela União Europeia”, sustentou o primeiro-ministro português.
Antes, o primeiro-ministro romeno tinha demonstrado interessado em explorar parcerias com Portugal na área das energias renováveis e apontou que os dois países têm “interesses em comum” no domínio do desenvolvimento de baterias.
Nicolae Ciucâ manifestou também a vontade política do seu país no sentido de acelerar a cooperação para o desenvolvimento das indústrias de defesa dos dois países, tendo considerado como positivo o resultado da compra de 17 aviões F-16 a Portugal entre 2013 e 2018.
“A nossa cooperação não terminou com a chegada dos aviões”, observou.
Tal como faria depois António Costa, também o primeiro-ministro romeno classificou como importante o diálogo entre os dois países, sobretudo tendo em vista a próxima cimeira da NATO em Madrid.
Ainda antes de partir para a base militar de Caracal, onde visitará esta tarde o contingente português, que ali 222 militares, António Costa esteve reunido com o Presidente da República romeno, Klaus Iohannis.
Não houve declarações aos jornalistas após este encontro, mas António Costa publicou a seguinte mensagem na rede social Twitter: “Nesta primeira visita oficial ao estrangeiro deste mandato, encontrei-me com o PR romeno Klaus Iohannis. Reiterámos o nosso compromisso para com a Ucrânia e o seu povo, realçando a importância de uma resposta coordenada de todos os parceiros europeus e aliados atlânticos”.
Klaus Iohannis, assim como o chefe do Governo romeno, acompanharão a visita do primeiro-ministro português à base militar de Caracal.
A seguir às reuniões com o Presidente da República e com o chefe do Governo da Roménia, o primeiro-ministro português teve ainda a oportunidade de fazer uma breve deslocação ao parlamento romeno – um edifício gigantesco, construído com materiais luxuosos, que destruiu uma série de bairros antigos de Bucareste e que é considerado um símbolo da “megalomania” do antigo ditador Nicolae Ceaușescu.
Em 25 de dezembro de 1989, com a revolução romena em curso, Ceaușescu e sua esposa foram julgados por "sabotagem económica e genocídio", sendo então sumariamente executados por um pelotão de fuzilamento.