A Lockheed Martin e a Raytheon Missiles and Defense, unidade da Raytheon Technologies, passam assim a estar impedidas de vender para a China ou de fazerem novos investimentos no país, anunciou o ministério do Comércio chinês, em comunicado.
As fabricantes foram adicionadas à lista de “entidades não confiáveis” – empresas cujas atividades são restringidas por poderem colocar em risco a soberania nacional, segurança ou interesses de desenvolvimento da China.
Não está claro o impacto que as sanções podem ter. Os Estados Unidos proíbem já a maior parte das vendas de tecnologia militar para a China, mas alguns fornecedores mantêm negócios de equipamento para uso civil no setor aeroespacial e em outras áreas.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
Nos últimos anos, a China intensificou esforços para intimidar Taiwan, enviando aviões e navios de guerra para perto da ilha, com cada vez mais frequência.
Os Estados Unidos não têm relações oficiais com Taiwan, mas mantêm amplos contactos comerciais e informais. Os Estados Unidos são o principal fornecedor de equipamento militar de Taiwan.
A Raytheon Missiles and Defense, uma unidade da Raytheon Technologies, celebrou um contrato no valor de 412 milhões de dólares, em setembro passado, para atualizar os radares militares taiwaneses, como parte de um pacote de venda de equipamento de defesa dos EUA à ilha, no valor total de 1,1 mil milhões de dólares.
A fabricante Boeing Defense recebeu um contrato de 355 milhões de dólares para fornecer mísseis Harpoon.
Pequim retaliou contra essa venda com sanções contra os chefes – executivos da Raytheon e da Boeing Defense, mas não deu detalhes sobre o seu conteúdo.
A Lockheed Martin forneceu aos militares de Taiwan radares, helicópteros e equipamento de controlo de tráfego aéreo. A fabricante norte-americana tem um papel importante no programa de desenvolvimento de caças e fragatas da marinha da ilha.
Na China, a Lockheed Martin vendeu anteriormente equipamento de controlo de tráfego aéreo para aeroportos civis e helicópteros para uso comercial.
Pequim anunciou, em 2019, a criação da lista de “entidades não confiáveis”, em resposta às restrições impostas pelos EUA contra o grupo de telecomunicações Huawei.
Lusa