O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, considerou que a “chamada ordem internacional baseada em regras é, na verdade, um conjunto de regras de família, feita por um punhado de países, para servir os interesses dos EUA”.
Washington “observa as regras internacionais apenas quando lhe convém”, disse Zhao, acrescentando que a NATO “deve renunciar à sua fé cega no poderio militar”.
Os comentários ressaltam o relacionamento cada vez mais conturbado entre Pequim e Washington, juntamente com uma política externa da China mais assertiva.
Na cimeira da NATO da semana passada, em Madrid, Blinken acusou a China de “procurar minar a ordem internacional baseada em regras”.
As relações China-EUA são perturbadas por questões de comércio, Direitos Humanos e Taiwan ou as reivindicações territoriais de Pequim no Mar do Sul da China.
A China recusa também condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e critica a imposição de sanções contra Moscovo. Pequim considera a aliança com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.
Na semana passada, a NATO classificou a Rússia como uma “ameaça” e a China como um “desafio” aos seus “interesses, segurança e valores”.
“A China está a aumentar substancialmente a sua capacidade militar, incluindo armamento nuclear, e a intimidar os países vizinhos e a ameaçar Taiwan”, destacaram os aliados no seu novo Conceito Estratégico.
Zhao acusou os EUA de estarem a trabalhar em “estreita colaboração com a NATO para estimular a competição com a China e o confronto entre blocos”.
“A história da NATO é a de criar conflitos, travar guerras (…) e matar civis inocentes”, disse Zhao.
O porta-voz acusou a NATO de constituir um “desafio sistémico iminente à paz e segurança mundiais”.
Semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia, em fevereiro, o Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu o homólogo russo, Vladimir Putin. Os dois líderes anunciaram então uma parceria “sem limites”.
Blinken deve reunir com Wang, no sábado, à margem da reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros do G20, em Bali, na Indonésia.
Lusa