O porta-voz do Ministério de Defesa da China, o coronel Tan Kefei, disse que as ações dos EUA, incluindo o estabelecimento da Força Espacial em 2019 como o mais novo ramo das Forças Armadas, "tiveram grande impacto negativo na segurança espacial e na estabilidade estratégica global".
"Nos últimos anos, os Estados Unidos aceleraram a militarização do espaço", disse Tan. "Gostaria de reiterar que a China adere ao uso pacífico do espaço, opõe-se firmemente ao armamento e à transformação do espaço num campo de batalha e a qualquer forma de corrida armamentista no espaço", acrescentou.
Tan reagiu assim às preocupações recentes expressas pelos líderes da Força Espacial norte-americana sobre as crescentes capacidades da China, designando-as como "dissonância cognitiva clássica".
Os avanços da China no espaço incluem a construção da sua própria estação espacial e planos para realizar uma missão tripulada à Lua. Em 2007, o país asiático enfrentou condenação internacional depois de usar um míssil para explodir um dos seus satélites meteorológicos extintos, deixando um campo de destroços que continua a ameaçar outros objetos em órbita.
Embora os EUA tenham enviado autoridades a Pequim, incluindo o secretário de Estado, Antony Blinken, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, os laços permanecem no nível mais baixo em várias décadas. A China recusou-se explicitamente a restabelecer o contacto entre os dois exércitos, possivelmente como protesto contra as vendas dos EUA de armamento defensivo a Taiwan e as sanções contra o ministro da Defesa chinês, Li Shangfu.
A China considera Taiwan parte do seu território, a ser reunificado, através da força, caso seja necessário, e envia regularmente aviões e navios de guerra para intimidar a ilha.
Na quinta-feira, o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular, as Forças Armadas da China, — cuja área de operações está voltada para Taiwan — disse que mobilizou combatentes para "seguir e monitorar o avião dos EUA durante todo o processo e lidar com ele de acordo com as leis e regulamentos".
O porta-voz do teatro, o coronel Shi Yi, disse que "as tropas mantêm um alto nível de alerta o tempo todo e defenderão resolutamente a soberania e a segurança nacional, juntamente com a paz e a estabilidade regionais".
A 7.ª Frota dos EUA disse que um P-8A Poseidon da Marinha passou pelo Estreito de Taiwan no espaço aéreo internacional na quinta-feira.
"Ao operar no Estreito de Taiwan de acordo com a lei internacional, os Estados Unidos defendem os direitos e liberdade de navegação de todas as nações", disse a frota.
"A passagem da aeronave pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos Estados Unidos com um Indo-Pacífico livre e aberto. Os militares dos Estados Unidos voam, navegam e operam em qualquer lugar que a lei internacional permita", sublinhou.