“Vamos propor chamar de urgência o senhor ministro da Administração Interna para prestar os esclarecimentos que devem ser prestados ao dia de hoje numa operação que envergonha Portugal, que nos responsabiliza perante os nossos parceiros e nos mostra como fracos, desleixados e irresponsáveis no combate à imigração ilegal”, afirmou André Ventura em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.
O líder do Chega reagia a uma operação liderada pela PJ, que conta com o apoio do SEF e da ASAE, para pôr termo a uma alegada rede de imigração ilegal.
Vários órgãos de comunicação social noticiaram hoje que está a decorrer uma megaoperação com o objetivo de desmantelar uma associação criminosa que terá criado um esquema que se baseava na utilização indevida do Sistema Automático de Pré-Agendamento (SAPA) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
“Nós vamos pedir que seja ouvido de urgência ainda esta semana ou, no limite, na próxima”, disse Ventura.
Classificando a operação da PJ em curso “particularmente grave não só a nível interno como a nível europeu”, o presidente do Chega garantiu que se o ministro da Administração Interna não for ouvido será “confrontado com toda a clareza” no debate do estado da nação, na quinta-feira.
Contudo, André Ventura referiu que pela especificidade e complexidade do tema em questão era mais útil e proveitoso para o país que a discussão fosse feita em comissão.
Para o líder do partido, a operação responsabiliza essencialmente Portugal por se ter tornado “num centro de importação e distribuição de imigração ilegal, numa verdadeira fábrica de legalização de migrantes”.
“Avisámos vezes sem fim de que isto um dia aconteceria. Esta não é uma questão de ser pró ou contra a imigração, esta é uma questão de lei e de cumprimento da lei e de não permitir que as máfias e o tráfico de seres humanos vivam impunemente à custa do sofrimento de pessoas que vêm de países muito pobres e que encontram na Europa a sua única esperança”, concluiu.
“É uma operação liderada pela PJ, em que o SEF está a cooperar e é uma operação que conta também com autoridades europeias, para pôr termo a práticas que podem configurar ilícitos criminais que vinham sendo objeto de uma investigação que tinha algum tempo de decurso e que agora se encontra em fase de desenvolvimento”, disse o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que falava aos jornalistas após participar na inauguração do Centro Municipal de Proteção Civil de Tábua, no distrito de Coimbra.
Lusa